Dermatologista fala sobre os cuidados com a pele negra
A pele é o maior órgão do corpo humano e uma parte essencial da nossa identidade. Para indivíduos de pele negra, a beleza e saúde da pele têm um significado especial e único. A diversidade de tons e texturas torna a pele negra naturalmente deslumbrante, mas também exige cuidados específicos para mantê-la radiante e saudável.
Para abordar o assunto, nossa reportagem foi até à Clínica Pelle, onde conversou com a Dra. Lorena Barros, médica dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Cada tipo de pele merece cuidados específicos. Todos devem ter saúde e beleza. A pele negra é mais suscetível a manchas. Por outro lado, também tem algumas vantagens. O aumento do número de melanina que o negro tem, fornece fotoproteção. Porém, isso não isenta do uso do filtro solar. Porque esse número alto de melanina retarda os sinais de envelhecimento da pele negra, mas, por mais que a pele não queime como a de uma pessoa branca, ela está exposta ao sol, à radiação ultravioleta, que, no futuro, vai gerar danos à pele, como manchas, risco de câncer de pele. Mesmo que essa probabilidade seja menor na pele negra”, ressalta.
Dra. Lorena dá algumas dicas sobre como escolher o melhor protetor solar. “Para pessoas de pele negra, nós orientamos que o mínimo seja o FPS 30, tanto facial, quanto corporal. Mas no verão, por exemplo, eu oriento FPS maiores, porque a exposição à radiação é muito maior do que no inverno. O uso de cosméticos, por sua vez, também merece atenção. A pele negra tem algumas peculiaridades, e uma delas é o aumento das glândulas sebáceas e, consequentemente, maior oleosidade. Isso é importante na hora de escolher o cosmético. Deve ser um que não cubra os seus poros, porque a oleosidade deixa a pele mais propensa à acne. Busque produtos antioleosidade, oil free, oil control, e que sejam de toque seco. Mas a pele negra também está suscetível ao ressecamento do corpo, principalmente áreas mais ásperas, como cotovelos, joelhos, pés. Então, é necessário hidratar essas regiões”.
Sobre os cuidados do dia a dia, Dra. Lorena afirma que são semelhantes. “A rotina de skincare é a mesma. A diferença está na indicação dos produtos, por isso é importante consultar o seu dermatologista, que vai indicar os produtos certos para o seu tipo de pele. Como eu disse, a pele negra tem maior tendência à oleosidade, então, nós vamos agir em um sabonete para controle de oleosidade. Além disso, o aumento de melanina pode fazer com que se tenha mais manchas, acne, foliculite, principalmente em áreas como barba, nádegas, virilha. A rotina vai na direção do controle desses problemas”.
Outra dúvida comum é com relação aos procedimentos estéticos. A médica responde. “Com relação aos procedimentos injetáveis, não há diferença nenhuma. O uso de bioestimulador, de preenchimento, de toxina botulínica é igual para todos os tipos de pele. A diferença está em tecnologias, principalmente o laser. Há sim lasers para tratar pacientes com fototipos mais altos (pele negra), porém são específicos. É necessária uma avaliação criteriosa da escolha do laser. E é fundamental procurar profissionais habilitados e capacitados, porque, por exemplo, em caso de manchas, o uso incorreto do laser pode até piorar o quadro. O ideal é buscar essa rotina de skincare adequada para evitar danos a longo prazo. Acho que vale também chamar atenção que em pessoas de pele negra, o quadro de alopecia por tração (falhas no cabelo) é muito frequente. Porque muitos buscam por alisamentos, tranças, penteados com muita tração. É importante ficar atento a isso”.