Qual a terapia mais indicada para o meu filho autista?

Qual a terapia mais indicada para o meu filho autista?
A diretora da Helpers Autismos, Dra. Cláudia Boechat

Qual a terapia mais indicada para o meu filho autista? Muito tem se falado em Autismo na última década. Isso porque é cada vez maior o número de crianças que nascem com o Transtorno do Espectro Autista – TEA. O Autismo é um distúrbio no neurodesenvolvimento caracterizado pelo desenvolvimento atípico, que afeta o comportamento, a comunicação, a interação social, entre outras áreas. No Brasil, dentre as terapias mais conhecidas que auxiliam no desenvolvimento de pessoas com TEA, estão a Análise do Comportamento Aplicada – ABA, o método DIR/Floortime – Developmental, Individual Difference, Relationship-based Model e significa “Desenvolvimento Funcional Emocional”, e recentemente, a clínica Helpers Autismos, que já atua com o ABA e o DIR/Floortime, passou a oferecer em Itaperuna e região um novo método importado dos EUA, chamado Soma – RPM – Rapid Prompiting Method, que promete resultados surpreendentes.

Conversamos com a diretora da Helpers Autismos, Dra. Cláudia Boechat, que falou sobre cada terapia oferecida na clínica. “Já trabalhávamos com os métodos ABA, que é mais comportamental, bem como o DIR/Floortime, que busca um domínio maior das capacidades sociais, emocionais e intelectuais. E, agora, estamos trabalhando também com o RPM, que tem por objetivo a presunção de competências. Contamos com uma equipe multidisciplinar e cada equipe de profissionais atende nas suas respectivas áreas de atuação. A terapia mais adequada vai depender da idade do paciente e das características de cada família”.

O ABA é um método de intervenção efetivo para pessoas com Autismo. Ele ajuda a ampliar a capacidade de comunicação entre esses indivíduos, tornando um facilitador na socialização deles e da aprendizagem. Ele tem como base a teoria behaviorista de aprendizagem e utiliza da observação para traçar um plano de ação que possa modificar um comportamento.

Na Helpers, a terapia é aplicada pela psicóloga Nélia Fonseca, que possui vasta experiência na área. As intervenções baseadas em ABA visam a independência da criança/adolescente, como fazer com que ele saiba explicar quando deseja ir ao banheiro, tomar água, comer, informar sobre o que ele quer ou não quer fazer, e também ensiná-lo o conteúdo que lhe for apresentado, conforme sua etapa de desenvolvimento. A terapia ABA é baseada no ensino intensivo e individualizado das habilidades necessárias para que o paciente possa adquirir independência e melhorar a qualidade de vida.

De acordo com a diretora, outro método muito utilizado é o modelo DIR/Floortime, que enfatiza o envolvimento e participação da família. “Esse método já é utilizado por nós há bastante tempo, desde a época em que tínhamos o Colégio. Atualmente ele é aplicado aqui na clínica pela fonoaudióloga Amanda Almeida e pela fisioterapeuta Mylena Machado. O método DIR/Floortime foca na criança como um ser único e respeita a sua individualidade e limitações”, destacou Dra. Cláudia.

No Floortime (tempo de chão), a família e/ou terapeuta segue os interesses da criança ao mesmo tempo em que a desafia a alcançar maior domínio das capacidades sociais, emocionais e intelectuais.

Por último, Dra. Cláudia ressaltou o método RPM, que passou a ser oferecido na Helpers recentemente. No RPM, trabalha-se a presunção de Competência e Inteligência. Os terapeutas/professores RPM são treinados para se adaptarem aos canais auditivos, visuais, táteis e cinestésicos de um aluno, sabendo que, mesmo dentro de uma sessão, os canais abertos podem mudar rapidamente. E à medida em que as terapias vão avançando, os terapeutas/professores trabalham no desenvolvimento dos canais que são mais difíceis de usar para o aluno. “No último mês, a nossa psicopedagoga Jeanne Fonseca, a nossa pedagoga Maria Aparecida Ferreira Sodré Resende e eu realizamos um curso em São Paulo sobre como aplicar o RPM. Somos a primeira clínica no Brasil a oferecer essa terapia. Por meio do RPM, as pessoas com TEA que não são verbais ou têm a fala limitada aprendem a comunicar-se, primeiro apontando para letras em uma prancheta e, mais tarde, usando outros métodos de aprendizagem que se tornam interessantes para elas. Todo o conteúdo escolar, por exemplo, é adaptado para o aluno, de forma que chame a atenção dele, ou seja, de uma forma mais lúdica. Toda pessoa é capaz de aprender e o RPM vai buscar entender em qual área o aluno tem mais facilidade e qual a forma particular cada um tem de aprender”, finaliza Dra. Cláudia Boechat.