Grandes grupos planejam abrir suas próprias graduações
Ainda que as entidades de classe estejam tentando reavaliar o ciclo de abertura de cursos de medicina no país, grandes grupos de hospitais particulares, como o Hospital Sírio-Libanês e a Rede D’Or São Luiz, já anunciaram que planejam abrir suas próprias graduações em medicina entre 2024 e 2027. Eles esperam apenas as definições legais do MEC para darem continuidade aos processos.
O mercado de cursos de medicina movimentou R$ 21 milhões em 2022 e a ampliação de vagas estava vetada desde 2018. Empresas do mercado de finanças, como a corretora XP e o banco BTG, estão atentas a este movimento, já que recentemente abriram faculdades, capacitando mão de obra.
Hospitais abrindo cursos de medicina não é exatamente uma novidade no país. O Hospital Israelita Albert Einstein inaugurou a sua faculdade de medicina em 2016.
Considerando que existe uma baixa evasão nos cursos de medicina e o alto valor de suas mensalidades, o setor privado se mostra cada vez mais interessado em abrir novas vagas. Em abril deste ano, a vigência de uma portaria que proibia a criação de novas vagas e cursos de medicina no país, terminou. À época, alegou-se que se tratava de uma tentativa de controlar a qualidade da formação de profissionais de saúde, depois de um aumento significativo de faculdades privadas. Durante esse período só as instituições que entraram na Justiça e obtiveram liminares específicas conseguiram ampliar as vagas.
Mas o governo deve impor algumas regras para abertura de novas faculdades de Medicina: através de edital de chamamento público, serão publicados editais dizendo em quais cidades as faculdades podem ser abertas, considerando as necessidades e estrutura do SUS. No mês de agosto, o Supremo Tribunal Federal reforçou que esta é uma medida constitucional, mas o tema ainda deve seguir para apreciação no plenário da casa.