Você se lembra como eram as aulas de educação física nos tempos de escola? Pois é. Quem fez o ensino fundamental ou médio em décadas passadas certamente vai se lembrar que a educação física, muitas vezes, se limitava a momentos de recreação entre os alunos, visando apenas entreter os adolescentes e realizar uma pausa entre as atividades escolares.
Nas últimas décadas, porém, as aulas de educação física evoluíram consideravelmente, trazendo atividades ainda mais estruturadas, com profissionais devidamente capacitados para desempenhar essa função. O objetivo é ir além da mera prática desportiva, a fim de incentivar a aquisição de hábitos saudáveis, fomentar o trabalho em equipe, promover o desenvolvimento de habilidades motoras e a compreensão dos benefícios do esporte para a vida.
Quem tem dado exemplo, nesse contexto, é o Colégio Bittencourt, que tem visto seus alunos cada vez mais engajados nas aulas de educação física, onde se destaca o futsal, como revela o professor Max Abreu. “Nossa escolinha de futsal é um grande exemplo desse olhar diferenciado para o esporte. Tanto que, no dia a dia, não consigo tratá-la como uma escolinha, mas como uma grande iniciação ao esporte”, afirma Max. “O aluno não chega aqui simplesmente para bater uma bola e passar o tempo brincando. Pelo contrário: ele vai lidar com a parte técnica e tática, além de aprender a competir, a ter senso de equipe, bem como espírito esportivo, dentre muitos outros valores. Isso é importante porque muitas crianças, hoje em dia, não sabem perder. Elas só querem ganhar. Se perdem um jogo, elas choram, brigam com o colega, ficam mal emocionalmente. É aí que o esporte entra para trabalhar toda a parte socioemocional do aluno, promovendo diversos benefícios em sua formação”.
O trabalho de educação física, segundo Max, é feito em grupos, além de ser favorecido pela estrutura do colégio, que conta com ampla quadra coberta. “Temos aqui a escolinha de futsal, que vai dos 5 aos 12 anos, bem como as equipes, que abrange dos 13 aos 18 anos. Essas equipes participam de vários torneios e sempre revelam talentos. Não por acaso, todos querem fazer parte da equipe da escola. Mas, para isso, o aluno tem que estar em um nível mais avançado, o que acaba estimulando todos eles a se aprimorarem ainda mais”, diz o professor.
Ele lembra, por fim, como os alunos se engajam no futsal. “Eles ficam muito envolvidos nesse processo e mergulham de cabeça no esporte. Inclusive, temos três alunos com autismo, que conseguem participar normalmente das atividades, fazendo com que os pais se sintam gratificados com esse trabalho”, lembra o professor. “Isso para não falar das meninas, que também são bastante ativas no futsal. Uma delas é a Sophya, que entrou por conta de uma amiguinha e já está fera no esporte. É muito gratificante ver a evolução dos alunos e saber que eles não estão aqui apenas para brincar, mas para absorverem uma série de valores importantes, que farão enorme diferença em seu futuro”.