Saiba mais sobre a campanha Julho Amarelo

Saiba mais sobre a campanha Julho Amarelo
O médico infectologista Dr. Marcus Vinícius M. Miranda alerta para a importância do acompanhamento profissional

A campanha “Julho Amarelo: mês de luta contra as hepatites virais” foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 para reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle da doença. As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. São infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. A doença pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.

De acordo com o Ministério da Saúde, em grande parte, são infecções silenciosas que não apresentam sintomas. Mas, quando presentes, podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos comum no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.

As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. Contudo, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas desconhecem ter a infecção. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado, sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante do órgão. O impacto dessas infecções acarreta aproximadamente 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada às do HIV e tuberculose.

Atualmente, existem testes rápidos para a detecção da infecção pelos vírus B ou C, que estão disponíveis no SUS para toda a população. Todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite. Populações mais vulneráveis precisam ser testadas periodicamente. Além disso, ainda que a hepatite B não tenha cura, a vacina contra essa infecção existe e está disponível em clínicas e no SUS. Já a hepatite C não dispõe de uma vacina que confira proteção. Contudo, há medicamentos que permitem sua cura.

O médico infectologista Dr. Marcus Vinícius M. Miranda alerta para a importância do acompanhamento profissional. “Uma simples febre a esclarecer, por exemplo, faz parte do cotidiano do infectologista. Ele buscará sempre o melhor diagnóstico para o paciente, com foco nesse lado humano, que é tão importante para a profissão. A infectologia é muito rica em patologias que causam disfunções orgânicas agudas. Isso envolve os mais diversos tipos de problemas. O importante é jamais menosprezar qualquer sintoma e sempre buscar auxílio profissional”.