Psicóloga fala sobre a importância do cuidado feminino
Popularmente associado a práticas de relaxamento após um dia cansativo, o autocuidado abrange todas as áreas da vida – emocional, físico, psicológico e social. Ele, porém, não garante uma melhora mágica.
É necessário passar por um longo processo de aprendizado e de experimentação para alcançar o estado de bem-estar desejado. Afinal, o que funciona para uma mulher pode não funcionar para outras e vice-versa. É o que afirma a psicóloga e coach Aline Horta. “Atividades, dias e horários devem ser testados até que encontre a fórmula que funcione para você. Ainda é comum encontrar mulheres ‘boazinhas’ demais, dispostas a agradar a todos, ou que acredite que cuidar de si mesma é sinônimo de egoísmo. Entretanto, se você não estiver bem consigo mesma, como conseguirá trabalhar, concluir tarefas e ajudar os outros? O autocuidado é importante para fortalecer a saúde mental. Esta não é composta somente pela qualidade das nossas emoções, mas, sim, por um conjunto de fatores. Quando você cuida de si mesmo, dedicando atenção e tempo para cada área da sua vida, mantém todos sadios”.
Mas como, então, praticar o autocuidado no dia a dia? Aline dá algumas dicas.
Autocuidado emocional: “O autoconhecimento é essencial para fazer a manutenção da saúde mental. Quanto mais você souber sobre si mesmo, mais fácil será contornar hábitos negativos e potencializar os seus pontos fortes. O ato de autoconhecer-se resulta em autoestima alta, auto aceitação e auto perdão. Este último refere-se ao perdão dos erros e falhas cometidas ao longo da vida. O apego ao passado pode estar agindo como uma barreira, impedindo a sua vida de fluir”.
Autocuidado físico: “A prática regular de exercícios físicos não deve ser ignorada, mesmo que você não tenha apreço por eles. É um mal necessário para garantir a saúde física e a mental. Escolha uma atividade, como corrida ou caminhada, ou esporte, como tênis, futebol ou ciclismo, para ser a sua ‘terapia física’. Chame os amigos ou procure grupos de pessoas amantes de determinado exercício para incentivá-lo a continuar”.
Autocuidado social: “Mantenha o relacionamento com pessoas queridas e que o deixam para cima, cortando os indivíduos que despertam emoções ruins e o fazem passar raiva. Alguns laços se desgastam com o tempo e, mesmo que você tenha carinho e consideração pela pessoa, é mais sábio permitir que o tempo alargue o distanciamento entre vocês. Saia com os amigos, viaje, passe o fim de semana fora e aproveite para preencher todos os seus horários vagos com interações de qualidade”.
Autocuidado psicológico: “Exercite o seu cérebro através da aquisição de conhecimento. Você pode aprender um novo idioma, fazer um curso, buscar leituras construtivas, fazer palavras-cruzadas ou ensinar o que já sabe. Faça yoga para melhorar a sua concentração e renovar os pensamentos. Doe seu tempo ou as suas habilidades para um serviço voluntário. Faça psicoterapia para livrar-se de barreiras emocionais e viver plenamente”.
Autocuidado espiritual: “É sobre sentir que existe algo maior que nos rege. Deus está sempre a derramar sua Misericórdia, cada um deve fazer o seu próprio caminho, dar seus próprios passos. É sobre se conectar com essa energia do universo e nos sentirmos parte de tudo isso. É importante se perceber humano, que erra e acerta. Buscar o autoconhecimento, praticar meditação, oração, gratidão. Acredito que a gratidão liberta as pessoas e vem desse sentimento de que sou fruto do amor e que existe uma força maior que rege tudo. Quando me sinto grato pela vida sinto esse amor profundo em mim e a partir daí eu consigo sentir amor por mim. O autocuidado é sempre uma opção, uma oportunidade, uma escolha que todos os dias, desde a hora em que acordamos, até a hora em que vamos dormir, temos uma oportunidade de optar pelo que é melhor para nós”.