Quem tem um recém-nascido em casa já sabe: bastou o neném chorar para logo se perguntar se ele está com a famosa cólica que tanto amedronta os pais de primeira viagem. Nem poderia ser de outra forma, já que o choro inconsolável é a principal manifestação da cólica do lactente, como informa a Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP. Mas, calma! Nem tudo está relacionado a esse problema – e há diferentes maneiras de os pais descobrirem isso.
Como ressalta o Departamento Científico de Gastroenterologia Pediátrica da SBP, o choro faz parte do desenvolvimento neurológico e comportamental do lactente e pode ser ocasionado por outros fatores, como frio, fome, calor e fraldas que necessitam de troca – ou seja, situações normais no cotidiano da família. Daí a importância de, primeiramente, observar esses sinais. “Quando o choro não desaparece após as outras causas serem descartadas pode ser cólica do lactente. Isto é, se a criança para de chorar após receber alimentos ou trocar as fraldas é sinal de que não era cólica a causa de sua reação”, afirma a entidade. “Mas, atenção: nem todo choro inconsolável é cólica do lactente. Assim, se essa situação permanecer, o pediatra deve ser consultado para avaliar cada criança e fazer o diagnóstico correto do problema”.
Mesmo sendo comum, ainda não se conhece com exatidão as causas da cólica do lactente. Acredita-se que estejam envolvidos na sua geração fatores ligados ao ambiente, incluindo o status biopsicossocial da família, mas também podem influenciar seu aparecimento a imaturidade do sistema nervoso central, intolerância à lactose, anormalidades em hormônios gastrintestinais, alteração da motilidade e na colonização do intestino. O caráter autolimitado da cólica, ou seja, seu desaparecimento espontâneo sugere que a cólica do lactente pode sofrer grande influência do desenvolvimento do tubo digestivo ao longo dos primeiros meses de vida.
Com relação à alimentação, a cólica do lactente pode ocorrer tanto em crianças que recebem leite materno como única fonte de alimento ou naquelas alimentadas com mamadeiras. Estudo realizado no Brasil mostrou que crianças que não recebem leite materno tem quase o dobro de risco de apresentar o problema. Na prática, constata-se que a cólica do lactente pode ser o motivo de inúmeras e injustificadas trocas nos tipos de fórmulas lácteas oferecidas ao bebê. Nunca deve ser interrompido o aleitamento natural exclusivo para reduzir cólica do lactente.
O que pode ser feito em casa para ajudar no controle da cólica do bebê?
1) Pegar o bebê no colo (pode ser tentado o contato direto da barriga do bebê com a barriga da mãe);
2) Enrolar o bebê em uma manta ou cobertor;
3) Flexionar as coxas do bebê sobre a barriga;
4) Dar um banho morno ou aplicar compressas na barriga podem auxiliar na redução da cólica/choro;
5) Reduzir estímulos para o bebê (evitar locais com muito barulho ou excesso de pessoas);
6) Procurar um ambiente tranquilo, podendo ser usada música ambiente suave;
7) Tentar estabelecer uma rotina para banho, sono, passeio e outras atividades;
8) Não utilizar chás, trocar marcas de leite ou usar medicamentos sem a orientação do Pediatra;
9) Seguir sempre as recomendações do Pediatra, que realmente sabe o que é melhor para o seu bebê.