O tempo médio para o diagnóstico da endometriose é de 9 anos;
por essa razão as mulheres precisam ficar atentas aos sinais da doença
Atenção, mulheres! O7 de maio passou, mas a luta continua. Não sabe do que estamos falando? Trata-se do Dia Internacional de Luta contra a Endometriose, data escolhida para conscientizar a população sobre os riscos, sintomas, diagnóstico e tratamentos da doença que acomete 8 milhões de mulheres no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, gerando impactos severos na qualidade de vida do público feminino.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), ela é popularmente conhecida como a “doença da mulher moderna” pelo fato de elas optarem por ter menos filhos e postergar cada vez mais a maternidade. Consequentemente, tendem a ficar mais tempo expostas ao estrogênio, o hormônio que estimula a atividade do tecido endometrial. Esta doença crônica, de diagnóstico demorado, ainda provoca muitas perguntas das pacientes e, por isso, a SBE fez um compilado das dúvidas mais frequentes. Confira!
O que é endometriose? A endometriose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela presença e crescimento do endométrio (tecido que reveste o interior do útero) e/ou estroma (tecido de sustentação de um órgão) para fora da cavidade uterina. Durante a menstruação, o endométrio é renovado por meio da descamação, mas, em alguns casos, este tecido pode atingir as cavidades pélvica e abdominal.
O que causa a endometriose? De acordo com a literatura médica, não existe uma causa conhecida para a doença, mas fatores genéticos, hormonais imunológicos ou ambientais podem determinar uma maior suscetibilidade para o seu desenvolvimento.
Quais os principais sintomas da endometriose? As pacientes com endometriose podem apresentar dismenorreia severa (dores pélvicas ou cólicas muito fortes, a ponto de as impedirem de realizar atividades rotineiras); inchaço abdominal; dispareunia profunda, que são dores durante as relações sexuais; dor ao urinar e evacuar, principalmente durante o período menstrual e fadiga. A doença também pode causar infertilidade, além de estar associada à depressão e ansiedade.
Existem pacientes assintomáticas? Sim. O quadro clínico das pacientes com endometriose é bastante variável. Grande parte apresenta sintomas, mas uma menor parcela pode ser assintomática ou referir apenas a infertilidade, sem que ocorra os sintomas dolorosos típicos.
Como a endometriose é diagnosticada? O diagnóstico da endometriose pode ser realizado clinicamente, baseando-se na presença dos sintomas típicos da doença e também no exame físico ginecológico. Como propedêutica complementar, os principais exames indicados para o diagnóstico da doença são a ultrassonografia com preparo intestinal e ressonância magnética de pelve realizados por profissionais experientes no diagnóstico da doença. A confirmação por biópsia é realizada por laparoscopia quando a cirurgia para o tratamento da doença está indicada. Hoje não se recomenda a realização da laparoscopia visando apenas o diagnóstico da endometriose.
Existe um exame mais eficaz para diagnosticar a doença? Quanto aos exames de imagem utilizados no diagnóstico da endometriose, não existe diferença significativa entre a sensibilidade e especificidade da ultrassonografia com preparo intestinal e da ressonância magnética de pelve quando realizados por profissionais experientes. A ultrassonografia transvaginal simples, sem preparo intestinal, não diagnostica focos de endometriose profunda, mas pode visualizar a endometriose ovariana (endometriomas).
Endometriose tem cura? A endometriose, seja em sua forma leve ou profunda, não tem cura. Mas, com acompanhamento médico e tratamento adequados, é possível aliviar os sintomas, preservar o futuro reprodutivo e garantir melhor qualidade de vida às pacientes.
É cada vez mais comum as mulheres, nos dias atuais, adiarem a gravidez. Daí a importância de se prevenir contra a endometriose para quando decidirem o momento certo de engravidarem, terem mais chances de sucesso