Dermatologista fala sobre as causas deste problema
Quando surge uma mancha em nossa pele, logo familiares e amigos começam a dar inúmeros “diagnósticos”. Por mais que tenham boas intenções, é preciso procurar ajuda profissional. Nossa reportagem conversou com a médica dermatologista Dra. Roberta Cesário sobre o que ocorre em nosso corpo quando surge esse problema. “Primeiramente é preciso definir o que é ‘mancha’. É toda e qualquer alteração na cor da pele, independente da sua natureza, causa ou mecanismo que levou ao surgimento da mancha. A cor da nossa pele depende da concentração de melanina, mas é preciso considerar outras coisas, como a quantidade de vasos, se é uma localização de maior ou menor fluxo de sangue, a quantidade de hemoglobina deste sangue, a espessura da pele. Tudo isso influencia na cor da pele. Então, a mancha pode ser devida a alterações da pigmentação pela melanina, ela pode ser escura, quando há excesso de melanina, chamada de mancha hipercrômica; ou por redução da melanina, que chamamos de mancha hipocrômica, mais clara do que a pele da pessoa. E ainda pode ser acrômica, quando há ausência de melanina naquela localização da pele. No entanto, essa diferença na cor da pele também pode ser devido a alterações vasculares, que podem ser transitórias ou permanentes. Aí entram as púrpuras, as arroxeadas, o eritema, que é o vermelho na pele. No geral, são várias situações e causas para manchas na pele”, disse.
A médica explica ainda o que pode causar essas manchas. “As causas podem ser hormonais. Por exemplo, na gravidez, pelo excesso do hormônio feminino, há um aumento da pigmentação em algumas áreas do corpo. Outras causas: reações alérgicas, que podem levar a lesões avermelhadas ou esbranquiçadas em determinados locais, a diabetes pode levar ao escurecimento em áreas de dobras como pescoço e axilas, infecções por fungos como o ‘pano branco’ e pode aparecer em qualquer área, infecções virais como a dengue, o sarampo e a rubéola, infeções por bactérias como a escarlatina, doenças autoimunes como o vitiligo e o lúpus, contato com substâncias fotossensibilizantes como o limão ou alguma fruta cítrica (muito comum no verão) seguida de exposição solar. E, finalmente, a presença de alguns tumores que aparecem subitamente como mancha. É importante procurar o médico caso note qualquer alteração na pele. E nunca se deve tentar soluções caseiras para eliminar a mancha. Já recebi muitas vezes pessoas que fazem infusões de ervas, tomam banhos e pioram a situação. Quando chegam ao consultório, já não é exatamente aquela mesma mancha que iniciou. Ela está mascarada ou queimada por alguma tentativa de solucionar o problema em casa com remédios, por exemplo, dificultando o diagnóstico correto. O tratamento varia e depende do diagnóstico. Algumas manchas necessitam de tratamento oral, outras com medicamento tópico, pode ser necessário ainda uso de laser e, em alguns casos, cirurgia. Vai depender muito da localização e da causa daquele problema. Proteção solar é sempre importante, bem como evitar manusear lesões. É muito comum na acne, quando o adolescente fica espremendo a espinha. E, reitero, nunca deve se tentar resolver o problema por conta própria, sempre procurar um especialista. As manchas de início súbito, de um dia para o outro, devem ser investigadas o quanto antes, as que são multicoloridas, assimétricas e as lesões em que você sente alguma coisa, como coceira, que dói, arde, sangra”.