A pandemia da Covid-19 trouxe as vacinas para o centro das atenções – e agora os laboratórios começam a produzir imunizantes ainda mais avançados para combater inúmeras doenças, trazendo aquilo que, hoje, podemos chamar de vacinas do futuro. Para abordar quais são elas, o Mania de Saúde foi ao Vacina Plinio Bacelar e conversou com o médico pediatra e infectologista Dr. Charbell Miguel Haddad Kury, responsável-técnico pelo serviço.
Ele explica a evolução dos imunizantes na atualidade. “As vacinas estão sempre evoluindo e a Covid-19 acelerou esse processo, através de plataformas altamente tecnológicas, que permitiram a chegada de novos imunizantes. Da mesma forma, outras vacinas, que já estavam prontas, foram aprimoradas, como é o caso das pneumocócicas”, diz Dr. Charbell. “Para se ter uma ideia, a Vacina Pneumo 13, conhecida como Prevenar 13®, existe no mercado desde 2010 e previne contra as doenças pneumocócicas, tais como sinusite, pneumonia, meningite, otite, que são causadas pela bactéria pneumococo. Ela protege contra 13 sorotipos, enquanto existem 100 na natureza. Ao proteger o indivíduo contra 13, os outros 87 começam a aparecer – e aí as vacinas começam a evoluir. É o caso da Pneumo 15 e da Pneumo 20, que já existem nos EUA e em breve chegarão aqui, oferecendo ainda mais proteção à população”.
Outro caso importante é a vacina contra o Herpes Zóster, causado pelo mesmo vírus da Catapora (Varicela-Zoster), que se manifesta com maior frequência em crianças. “Muita gente não sabe, mas esse vírus não vai embora, ele fica no nosso organismo. A partir dos 50 ou 60 anos, porém, nosso sistema de defesa vai enfraquecendo – e o vírus, que estava ali sendo contido, ressurge através de uma outra doença, que é o Herpes Zóster, cujos malefícios são enormes”, destaca o médico. “O Herpes Zóster está associado, por exemplo, à queda nos idosos, porque ele causa dor, além de estar relacionado a doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, comprometendo em muito a saúde do indivíduo. Já existia uma vacina para o Herpes Zóster, lançada em 2014, mas agora, em 2022, foi lançada uma nova vacina, que é inativada, recombinante, do laboratório GSK, com eficácia não abaixo de 90%. Ela garante alta proteção para pessoas com baixa imunidade, sendo de extrema relevância para nosso calendário vacinal”.
As vacinas da gripe, por sua vez, também não ficam de fora, como lembra Dr. Charbell. “As vacinas da gripe são alteradas a cada ano, porque o vírus é extremamente mutante. Lembrando que, nos últimos dois anos, a gente teve surtos de influenza e, além disso, a Covid-19 alterou nossa epidemiologia, fazendo com que as doenças apareçam em épocas distintas do ano. Quais são as novidades, então, quanto à gripe? Primeiro: a vacina que chega esse ano, no sistema particular, é quadrivalente, diferente da vacina do SUS, que é trivalente. Isso gera uma proteção maior, além de poder ser recomendada uma segunda dose para pacientes de alto risco, o que não era indicado antes. Outro detalhe é que acabou de chegar uma nova vacina para o público idoso – e isso só está disponível nas clínicas particulares, trazendo uma dose maior do antígeno da gripe, que acaba gerando mais anticorpos. É uma vacina que a gente vai colocar aqui, no Vacina Plinio Bacelar, para atender os idosos que desejam uma maior proteção”.
Outra grande novidade, segundo Dr. Charbell, é a vacina papilomavírus humano 9-valente (recombinante), que traz uma proteção sem igual contra o HPV. “Os HPVs são vírus sexualmente transmissíveis, que podem ser precursores de diferentes cânceres, como o câncer de colo de útero, vulva, vagina, ânus e pênis, além de verrugas genitais e muitas outras manifestações. A chegada da vacina 9-valente, contudo, traz uma proteção fantástica contra os HPVs, com 100% de eficácia para verrugas, 100% de efetividade para câncer de colo de útero e, quando se soma todos os outros cânceres e doenças relacionadas, a eficácia é de 84%, um resultado muito alto”, frisa Dr. Charbell. “Sempre costumo dizer que certas prevenções não têm preço. Quando você pesa o valor de qualquer uma dessas vacinas, que vão te proteger a vida inteira, contra uma simples diária de UTI, fica muito desigual. Para cada R$ 1 real gasto em prevenção, você economiza R$ 4 em tratamento. Ou seja: as vacinas são, definitivamente, o melhor investimento que você pode fazer para sua saúde”.