Mulheres avançam na medicina

Mulheres avançam na medicinaAté 2024, maioria dos profissionais de medicina será de mulheres no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos 11 anos, o número de médicas quase dobrou no país. Em 2011, a categoria contava com 141 mil profissionais do sexo feminino, número que passou para 260 mil em 2022. Os dados são do estudo Demografia Médica no Brasil 2023 e revelam ainda que, até o próximo ano, as mulheres serão maioria entre os médicos do país, com percentual equivalente a cerca de 50,2% da categoria profissional.

De acordo com a pesquisa, o fenômeno já vinha sendo observado desde 2009, junto aos egressos da graduação e os novos registros em Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). A perspectiva é continuar nos próximos anos, com previsão, segundo o estudo, que entre 2023 e 2035 ocorra um crescimento previsto de 118% de mulheres médicas, enquanto, entre os homens, o aumento será de 62%.

Os dados representam um avanço importante, alcançado graças ao esforço de milhares de profissionais que lutam, diariamente, para conquistar posições antes mais restritas ao sexo masculino. Apesar do avanço da representatividade médica, a distribuição de renda ainda é desigual. A pesquisa Demografia Médica, produzida em parceria entre a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), revelou que as médicas brasileiras chegam a ter um rendimento médio anual 36,3% inferior aos homens, conforme dados das declarações prestadas à Receita Federal no ano-base de 2020.

Essa é uma desigualdade constatada em outros levantamentos que analisam as diferenças por gênero, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e o Inquérito Nacional com Médicos, que reforça a maior probabilidade de homens receberem remuneração superior do que as mulheres na medicina no Brasil, “sendo que as diferenças tendem a persistir mesmo com ajustes por especialistas e carga horária”.