Especialista fala sobre a evolução no tratamento da doença

Quem tem varizes sabe como pode ser incômodo. Além do desconforto com o visual, a doença pode causar muitas dores. Embora ainda não haja uma cura, a evolução tecnológica tem permitido tratamentos mais eficazes e duradouros, através de exames de imagem e o uso de laser.

Nossa reportagem conversou com a médica angiologista e cirurgiã vascular Dra. Paloma Miguel, especialista no assunto. Ela começa explicando a diferença das varizes para os vasinhos. “Existem três tipos de varizes: as de grosso, médio e fino calibre. Este último tipo corresponde aos inconvenientes vasinhos que percebemos nas nossas pernas. Quando fazemos exames mais profundos nesses vasinhos com a transiluminação, a gente vê que tem sempre uma ‘veia-mãe’, nutridora, que irriga esses vasos. As varizes são uma doença crônica, que ainda não têm cura, mas é possível controlar. Além do desconforto estético, alguns pacientes apresentam dores nas pernas, mais comuns no fim do dia, mas isso varia muito de paciente para paciente. Hoje em dia a gente faz o tratamento de dentro para fora com o auxílio de equipamentos como o doppler, além da já mencionada transiluminação, que nos permite ver por dentro”.

Dra. Paloma segue detalhando como toda essa tecnologia ajuda no tratamento. “Primeiro a gente faz um doppler, um exame de imagem através de ultrassom para mapear e ver como está o sistema profundo deste paciente. Na consulta, também usamos a transiluminação, para visualizar os vasos sanguíneos em uma camada mais profunda da pele e que não são visíveis a olho nu. É um exame indolor muito eficaz para identificar quais as veias nutridoras dos vasinhos. É muito interessante, porque o paciente vê na hora, junto com o médico. Uma vez identificadas as nutridoras, a gente propõe o plano de tratamento, que pode ser a escleroterapia isolada ou associada ao laser, que faz uma pequena queimadura naquele vasinho. A gente utiliza esse laser junto a um aparelho resfriador de pele, que torna o procedimento praticamente indolor”.

A médica ressalta ainda que o aparelho pode ser utilizado para outros tratamentos. “Pacientes com dor articular, lombar, no ombro, joelhos e coluna podem se beneficiar também do laser, porque ele atua como anti-inflamatório, trazendo uma melhora de até 70% na primeira sessão, sendo que o recomendado é fazer pelo menos quatro. Tem muitos atletas que já estão se beneficiando desse tratamento. Ele não possui contraindicação, a gente só pede para não se expor demais ao sol um mês antes e um mês depois. O laser é muito interessante porque ele potencializa e acelera o tratamento, além de trazer resultados mais duradouros. Lembrando sempre que o ideal para quem tem varizes é procurar o angiologista a cada seis meses e, em casos mais leves, anualmente”.