No início do ano, milhares de internautas se assustaram com um vídeo que, em poucos minutos, viralizou na internet. Na gravação, um menino pula na piscina de casa e salva a irmã de se afogar, depois de um momento de distração dos pais. O acidente ocorreu em novembro de 2022, mas só agora foi divulgado pela família, que tem aproveitado o ocorrido para alertar outros pais quanto ao cuidado a se ter com crianças menores em casa.
O alerta veio em boa hora: segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os acidentes domésticos representam a principal causa de morte entre crianças e adolescentes no Brasil, provocando cerca de 13 óbitos por dia, além de levar milhares de jovens à hospitalização. Mais de 90% desses eventos, no entanto, poderiam ter sido evitados com medidas preventivas, que devem ser observadas pelos pais e cuidadores.
Entre os acidentes domésticos mais comuns, por exemplo, estão quedas e tombos, que representam a maioria dos casos, além das queimaduras, que ocorrem nos mais diferentes graus. O risco é mais elevado para crianças em idade pré-escolar, de 2 a 5 anos, que costumam sofrer traumas e lesões com maior frequência. O motivo é que, nessa idade, elas ainda não possuem o conhecimento necessário dos riscos e perigos que as cercam. Se não forem supervisionadas, certamente acabarão se acidentando com uma frequência ainda maior.
O ideal, como lembra a entidade, é que os pais façam uma consulta com o pediatra antes mesmo de o bebê nascer (por volta da 32ª semana de gestação). Além de discutir assuntos como amamentação e vacinas, o profissional vai abordar questões de segurança, incluindo o transporte do bebê da maternidade para casa e dali por diante, bem como a aplicação do conceito de casa segura, com medidas de prevenção antecipadas para todos os ambientes destinados à criança.
Mas vale lembrar que só o espaço físico não basta. Como ressalta a SBP, há muitas outras situações que influenciam a rotina das crianças e dos adolescentes, como quadros de doenças crônicas, perda de entes queridos, convívio em ambientes tensos e estressantes etc. Outro aspecto que deve ser levado em conta diz respeito ao ritmo de vida na atualidade, onde a pressa, as distrações e a falta de familiaridade com o entorno e cercanias e moradias superlotadas aumentam as probabilidades de a criança sofrer acidentes. Por isso o acompanhamento profissional e a supervisão constante se fazem tão necessários. Fique atento!






Recomendações gerais da SBP (válidas para todos os cômodos):
1) Tomadas elétricas devem estar protegidas. A fiação deve estar em bom estado e fixada no alto e os fios precisam ficar presos e recolhidos;
2) As janelas devem ser protegidas por grades ou telas. Se forem do tipo basculante, a abertura deve estar limitada a 10 cm com corrente;
3) Nenhum móvel deve ficar debaixo das janelas para desestimular tentativas de escalada e evitar quedas;
4) Os móveis devem ter cantos arredondados para evitar lesões e traumas;
5) Não fumar dentro de casa e nunca na cama;
6) Cortinas não devem ter puxadores para evitar enforcamento e circulação;
7) As escadas devem ter portões ou cancelas (em cima e em baixo) para evitar quedas.