Quem já precisou mudar de cidade para fazer uma graduação sabe muito bem como esse pode ser um dos momentos mais difíceis e trabalhosos da vida de um aluno. Mas já pensou se existisse um jeito de facilitar esse processo e garantir ao estudante todo o suporte necessário para iniciar os estudos com mais segurança e menos transtornos?
Pois é justamente esse o grande objetivo do Projeto Universidade Fraterna (PUF), desenvolvido pela IFMSA Brazil UniRedentor, em parceria com o Diretório Acadêmico de Medicina Paulo Apratto (DAMPA), que auxilia o calouro a ser bem recepcionado e acolhido desde o seu primeiro dia na instituição.
O projeto, que foi iniciado em 2020, consiste em 4 pilares: Apadrinhamento Solidário, Matrícula Solidária, Lar Solidário e Capacitação, envolvendo os mais diversos alunos. Quem nos fala mais sobre ele é a acadêmica Sayonara Nogueira, que idealizou o PUF e foi a primeira presidente do projeto – cujo nascimento está diretamente ligado à própria trajetória da aluna em seu percurso no ensino superior.
“O PUF surgiu de algumas experiências desgostosas que eu tive ao ingressar no curso de medicina. Antes de chegar à UniRedentor, por exemplo, fui aprovada em uma outra instituição, em um lugar muito distante de casa, quando ainda era muito nova. Foi muito diferente entrar em uma faculdade, morar sozinha, viver longe dos pais, ter uma nova rotina, adquirir novas responsabilidades e conhecer novas pessoas. Não tive uma recepção como a que existe hoje. Foi uma experiência tão desgostosa, que eu acabei não ficando lá. Decidi voltar para o cursinho e tentar uma instituição mais perto de casa, algo que, aliás, nem todo mundo consegue, pois o aluno, muitas vezes, só tem aquela chance”, afirma Sayonara.
Ela lembra que, após essa experiência, conseguiu ser aprovada na UniRedentor, mas outros obstáculos surgiram no caminho. “Quando soube da minha aprovação, eu estava na Bahia e tinha apenas três dias para fazer a matrícula em Itaperuna. Vi que precisava concluir esse processo através de uma procuração. Mas, mesmo tentando de todas as formas, não encontrei ninguém capaz de tirar 20 minutos do seu dia para prestar esse auxílio. Foi muito frustrante imaginar a quantidade de pessoas que vivem o mesmo problema”, conta Sayonara. “Essas e outras situações foram me alertando do quanto seria bom um projeto que auxiliasse os calouros não apenas na efetivação de uma matrícula, mas no acolhimento no ensino superior como um todo. Essa ideia ganhou forma durante a pandemia, quando eu já fazia parte da IFMSA Brazil UniRedentor e, assim, decidi elaborar o projeto do PUF com uma amiga. Aos poucos, ele foi abraçado por outros alunos e, hoje, pela abrangência da IFMSA Brazil, pode servir de modelo às mais diversas instituições”.
Um dos pilares do PUF é o Apadrinhamento Solidário. Trata-se de um serviço em que um veterano adota um calouro e, se tornando Madrinha ou Padrinho, se dispõe a ajudar o estudante que acaba de ingressar na faculdade. Essas ajudas variam de dúvidas e esclarecimentos, indicações, dicas, troca de experiências e até mesmo doação/compartilhamento de material estudantil. Outro destaque do projeto é o Lar Solidário, serviço do PUF no qual o veterano fraterno acolhe um calouro em sua casa, durante o período de mudança de lar, otimizando assim a rotina desse aluno, que poderá aproveitar a economia realizada para adquirir móveis e eletrodomésticos para a nova residência.
“Essa é a ideia do PUF: realizar pequenos servicinhos que podem não fazer tanta diferença para nós, mas que, sem dúvidas, prestam um auxílio enorme para o aluno que está chegando e precisa desse acolhimento”, lembra a acadêmica. “Além disso, é uma forma de nos desenvolvermos como médicos, porque de nada adianta falarmos tanto em empatia, em humanização da medicina, mas não colocarmos isso em prática com quem está ali diariamente ao nosso lado. É este, inclusive, o lema do projeto: alunos cuidando de alunos. É a gente cuidando da gente mesmo”.
Quer saber mais sobre o PUF? O perfil no Instagram é @pufuniredentor. Visite! Texto produzido em: 14/02/2023