Chegada do verão reacende alerta para a dengue
A dengue é uma doença infecciosa aguda, uma arbovirose transmitida ao homem através da picada do mosquito Aedes aegypti. Em Campos, dos quatro sorotipos existentes, o tipo 2 é o que está circulando, segundo afirmou o assessor técnico da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), Dr. Charbell Kury.
“Esse sorotipo tem uma característica muito importante, que é fazer quadros muito graves com inflamação na pleura e no coração, além de causar choque, principalmente em crianças”, alertou o médico, explicando que a dengue vem em períodos cíclicos. Dessa forma, quando uma determinada população é exposta a um sorotipo, ela adquire imunidade, no entanto, existe quatro sorotipos. “As grandes epidemias de dengue em Campos e região aconteceram há uns oito anos, com o sorotipo quatro. De lá para cá, nós estamos tendo um comportamento da doença mais endêmico do que epidêmico, ou seja, todo ano uma população nasce e outra envelhece. Então, essa nova população fica suscetível novamente, o que nos preocupa”.

De acordo com Dr. Charbell, essa oscilação que acontece na primavera antes do verão (períodos de chuva e calor) é perigosa porque ela predispõe o aparecimento de focos do mosquito. Além disso, enquanto as vacinas de dengue não chegam, o trabalho é a prevenção, não só do poder público, mas de todo cidadão. “A população precisa fazer a sua parte com os seus ‘10 Minutos Contra a Dengue’, para rever em casa pratinhos de plantas que estão com água, caixa d’água, pneus, garrafas e qualquer recipiente em que o mosquito possa se reproduzir, inclusive acúmulo de inservíveis, pois quem acumula lixo em terrenos ou em casa, também facilita para que o Aedes aegypti se reproduza”, recomendou o médico.
O quadro clínico e os sintomas mais comuns da dengue são febre, dor de cabeça, náuseas, mialgia (dor muscular) e manchas pelo corpo. Esses desconfortos podem durar até cinco dias. Em casos mais graves, o paciente pode evoluir para uma dor abdominal intensa, sangramentos, hipotensão, vômitos e diarreia. “Quero lembrar que só temos dengue porque existe o mosquito transmissor, que é o Aedes aegypti, e 80% dos focos de criadouros estão dentro das residências e nos quintais. Portanto, é preciso redobrar a atenção e se responsabilizar pelo seu espaço para que possamos eliminar os focos de mosquito e, consequentemente, a dengue, porque a doença mata”, lembrou o secretário municipal de Saúde, Dr. Paulo Hirano, ressaltando a importância de todos fazerem a sua parte.