O jeito certo de lidar com a esclerose múltipla

O jeito certo de lidar com a esclerose múltiplaA esclerose múltipla é uma doença crônica e autoimune, que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do sistema nervoso. Seu diagnóstico e tratamento têm evoluído muito, proporcionando mais qualidade de vida. Detectar a enfermidade diante das primeiras manifestações torna-se bastante importante, pois permite atenuar os sintomas e prevenir crises que deixam sequelas e incapacidade cumulativa.

Quem nos faz esse alerta é o médico neurologista Dr. Caio Monteiro Pontes, da It Neuro Diagnósticos, que tem promovido um atendimento neurológico de excelência em nossa região. “Fadiga intensa, fraqueza muscular, vertigens não características, alteração do equilíbrio, déficits da coordenação motora, disfunção intestinal e da bexiga, transtornos visuais e alterações sensitivas (dormência de membros e/ou diminuição de sensibilidade) são alguns dos primeiros sinais clínicos da doença. Alterações de humor e cognitivas também podem estar presentes. Uma dica importante é procurar atendimento neurológico se apresentar alguns destes sinais, durante 24 horas ou mais, sem uma causa aparente”, explica Dr. Caio. “O diagnóstico é feito por meio de uma investigação profunda do histórico clínico, associado a exames, os quais incluem ressonância magnética de crânio e coluna, estudo do liquor e potencial evocado”, acrescentou.

O neurologista fala, também, sobre as formas de prevenção e tratamento. “Essa doença neurológica não existe prevenção por vacinas, por exemplo. Dessa forma, é preciso evitar fatores que contribuem para o seu aparecimento, como tabagismo, obesidade e falta de vitamina D. É inegável que o diagnóstico de esclerose múltipla transforma a vida das pessoas. Contudo, é possível conviver e ter uma boa qualidade de vida, especialmente naqueles casos diagnosticados precocemente, que apresentam fatores de bom prognóstico e fazem acompanhamento médico regular com neurologista”, afirma Dr. Caio. “O tratamento da esclerose múltipla é muito complexo. Nos surtos, é administrada a pulsoterapia com corticoide venoso ou terapias de alto custo, como imunoglobulina venosa. Já nos surtos graves refratários ao corticoide, é utilizada a plasmaferese. Para o tratamento a longo prazo, estão disponíveis medicamentos imunomoduladores e imunossupressores com diversos mecanismos de ação e formas de administração”, orientou.

A escolha do tratamento, segundo Dr. Caio, deve ser individualizada, pois cada paciente apresenta características particulares de modo de início e progressão da doença, fatores prognósticos, contraindicações e tolerância. “Aliado ao tratamento medicamentoso, a reabilitação é fundamental para reduzir sintomas como: a espasticidade, espasmo, fadiga e depressão. Entre as terapias incluem: psicologia, neuropsicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional”, destacou.

Diante do diagnóstico de uma doença crônica como a esclerose múltipla, conforme ressalta o médico, é comum virem à tona sentimentos de insegurança, ansiedade, medo, tristeza e irritação, muitas vezes, gerando a sensação de que os projetos de vida não se concretizarão e, dependendo do grau de gravidade da doença, a pessoa se percebe isolada do convívio social. “As primeiras orientações influenciam significativamente toda futura postura perante o acompanhamento neurológico. O acolhimento e explicações claras resultam em uma visão mais positiva dos seus desafios e do plano terapêutico, refletindo em uma melhor adesão e controle do quadro. O acesso ao diagnóstico e tratamento precoces torna possível lidar com a doença de forma mais assertiva, aprimorando atividades normais da vida diária como: estudar, trabalhar, praticar atividade física, desenvolver talentos e envelhecer com qualidade”, aponta Dr. Caio.

O jeito certo de lidar com a esclerose múltipla
O médico neurologista Dr. Caio Monteiro Pontes

A família, de acordo com ele, também constitui uma base importante, tanto no que diz respeito à estruturação de vínculos afetivos, quanto nos referenciais de apoio e segurança. “Portanto, a rede familiar tem importância fundamental no processo de relação do paciente com a enfermidade, com o tratamento e até mesmo nos casos de hospitalização. Certamente, é uma grande aliada no acompanhamento do paciente, pois é quem irá compartilhar momentos e sentimentos”.