Você sabia que o Brasil é hoje um dos países com o maior número de bichos de estimação do mundo? Pois é. O total de cães, gatos e aves canoras e ornamentais já ultrapassou a casa dos 139,3 milhões de pets. Em um país com 212,6 milhões de pessoas, isso significa que mais da metade da população tem um bichinho ou conhece alguém que tenha, criando assim um cenário bastante propício para o profissional que atua nesta área.

Para abordar um pouco essa atuação, no mês em que se comemora o Dia do Médico Veterinário (9 de setembro), o Mania de Saúde ouviu a médica veterinária Dra. Lina Goulart, da Procamp, que há anos é referência para toda a nossa região. Ela comenta as transformações vividas pelo setor nas últimas décadas. “Assim como em todas as carreiras, houve muita evolução, muitas mudanças na atuação do médico veterinário. Antigamente, por exemplo, a gente dizia que o indivíduo era o dono do animal. Depois, passou a dizer que era o tutor. Hoje em dia a gente já se refere como o responsável. E, ao contrário de antigamente, quando os seres humanos eram donos da vida e da morte, hoje você não pode mais fazer certos procedimentos em cães porque seriam considerados mutilação. O responsável não pode, sem algum motivo plausível, eutanasiar um animal, por exemplo. Foi uma evolução muito grande dentro da profissão”, diz Dra. Lina.

Ela comenta que, apesar de todos os avanços e da grande abrangência da medicina veterinária, é importante que o profissional esteja sempre se atualizando e com perene desejo de aprender. “Às vezes a gente vê pessoas mais novas sem muita sede de saber, sem vontade de obter conhecimento. Claro que não é a regra geral. Mas, se você estudou medicina veterinária, isso significa que você estudou de tudo. Às vezes a pessoa deseja atuar apenas com equinos e não quer nem saber de animais pequenos, mas ela precisa saber lidar com esses animais também! A medicina veterinária possui uma gama muito grande de áreas de atuação. Você pode se especializar em qualquer uma delas, mas é importante ter conhecimento de todas para se tornar um profissional mais completo”.

O Dia do Médico Veterinário é uma grande oportunidade, também, para ressaltar a importância deste profissional, especialmente no mundo de hoje. “A maioria dos responsáveis sabe da necessidade de consultar um médico veterinário, mas, ainda assim, vemos muitas pessoas que se esquecem da vacinação, por exemplo, que deve ser feita anualmente. Às vezes chegam com a caderneta aqui e já tem dois ou três anos que o animal não é vacinado! O mesmo ocorre com a vermifugação, que também deve ser feita periodicamente”, orienta Dra. Lina. “Isso sem falar nos casos em que o animal fica mais velho e o responsável não troca a ração para a ração específica de animais idosos. São detalhes que passam despercebidos porque a vida está muito corrida, mas é preciso se atentar para eles, a fim de garantir saúde e qualidade de vida aos nossos bichinhos”.