Endometriose: entenda a doença de Anitta

Cerca de 180 milhões de mulheres convivem com o problema, segundo a OMS

Endometriose: entenda a doença de AnittaA cantora Anitta revelou no mês de julho que foi diagnosticada com endometriose. Cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva têm a doença. De acordo com a Associação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro, a endometriose é uma doença inflamatória sistêmica de longo prazo, que faz com que o tecido semelhante ao revestimento do útero cresça em outras partes do corpo, geralmente em órgãos da cavidade pélvica, como ovários e trompas de falópio, bem como fora dela, a exemplo do intestino. As células que cresceram reagem da mesma forma às do útero durante o ciclo menstrual, acumulando-se e depois desintegrando-se e sangrando, todavia, esse sangue não consegue escapar, acumulando-se nas áreas afetadas.

Dentre os sintomas da endometriose estão: dor pélvica crônica, dor ao urinar ou evacuar, dor durante a relação sexual e uma razão comum para a infertilidade. A endometriose pode ter um efeito devastador na qualidade de vida em função dos seus sintomas – que podem ser bastante dolorosos. Além disso, é uma condição de longo prazo e pode afetar mulheres de qualquer idade, em especial, mulheres entre 25-40 anos. A doença é a maior causa de infertilidade nas mulheres e acarreta um enorme custo pessoal e social, por isso, os médicos devem incentivar as pacientes que tenham períodos dolorosos e dor pélvica a procurarem ajuda médica.

Não há causa conhecida de endometriose. Da mesma forma, também não há cura para ela, mas existem tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas. O diagnóstico da doença hoje em dia é feito com a apresentação clínica, reservando a laparoscopia, procedimento invasivo, para casos específicos. Exames de Ressonância magnética são sinais altamente sugestivos, mas a laparoscopia, mesmo sem biópsia, já é aceita como diagnóstico definitivo.

Segundo a médica ginecologista e obstetra Dra. Jane Carla Viana Neves Silva, a endometriose pode levar a um processo inflamatório pélvico, que pode dificultar a fertilidade, além da dor pélvica crônica, que piora progressivamente no período menstrual, gerando transtornos físicos, psíquicos e sociais à mulher acometida. “Por isso é necessário o acompanhamento e tratamento. Dependendo da localização da endometriose, pode gerar fluxo menstrual aumentado que, associado à dor, tornam algumas atividades impossíveis de se realizar. O tratamento deve ser multidisciplinar e a escolha do método deve levar em consideração os seguintes fatores: 1) a idade da paciente e o desejo de engravidar 2) a gravidade dos sintomas, a extensão e localização da doença. A partir destas informações, decide-se em conjunto qual a melhor linha de tratamento: a medicamentosa, a cirúrgica ou a combinação de ambas as intervenções”, orientou.