
Psicóloga fala ao Mania de Saúde sobre o TEA
Estamos vivendo um momento em que muitas crianças estão sendo diagnosticadas no espectro autista. De acordo com pesquisas da ONU, hoje uma em cada 68 crianças apresenta algum transtorno de espectro do autismo. É o que nos conta a psicóloga Adelani Lopes. “Acredito que a união da família é fundamental frente a um diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, e de grande importância na adaptação dos membros ao transtorno, possibilitando apoio comum e atenção às demandas da criança. A aceitação pela família pode amenizar o impacto e tornar as relações mais sólidas, porque a criança com TEA deve se sentir acolhida, amada e apoiada diante das dificuldades de socializar-se. As famílias se deparam com intensas mudanças em suas atividades diárias, diante da demanda da criança e encontram a necessidade de responder se voltando a ela. Portanto, para que a criança tenha uma vida feliz, procure apoio profissional para cuidar do seu filho. Uma equipe multidisciplinar é fundamental”, afirma.
Para a psicóloga, a harmonia familiar é a base para um melhor desenvolvimento desta criança. “Ofereça muito amor e carinho. Não isole a criança! Pelo contrário, estimule-a a ter contato com outras pessoas. Brinque bastante com seu filho, crie várias formas de se comunicar com ele, troque experiências, ideias, informações, com outros pais que também têm filhos com TEA, entre em grupos, pois os exemplos das outras crianças podem ajudar muito. Dê atenção e acredite no potencial do seu filho. Saiba falar, saiba se comunicar”.
Desperte a atenção: “Aproveite os momentos em que ela está relaxada, use estímulos visuais, criando um bom ambiente físico, minimizando estímulos de distração como luz e sons, por exemplo. Figuras, imagens de objetos e paisagens podem facilitar sua aproximação. Além disso, demostre que você se importa com a presença dela naquele lugar. Brinque com ela, conte histórias e ajude-a quando ela se assustar: descubra o que a assustou. Veja se consegue eliminar esse estímulo”.
Quando necessário, quebre a rotina: “Incentive o contato com outras pessoas. Se possível, apresente um amigo animal. De acordo com estudos recentes, como o da Universidade de Missouri (EUA), há uma melhora no tratamento da criança autista, através do contato com cães. Elas se sentem à vontade para agir com os animais e isso acaba estimulando habilidades sociais. Entre os ganhos obtidos nos diversos estudos feitos, apontam-se a melhora na socialização e comunicação, redução do isolamento e solidão, estímulo de afeição e prazer, melhora do humor, da atenção, da aprendizagem e na expressão de sentimentos e confiança”.