
Dra. Roberta Cesário elenca mais cuidados a se ter na estação mais fria do ano
Em nossa edição de maio, conversamos com a médica dermatologista Dra. Roberta Cesário sobre as principais doenças que acometem a nossa pele nos meses mais frios do ano. Ela nos explicou sobre a dermatite seborreica, a dermatite atópica e a psoríase. Nesta edição, a médica fala sobre mais três patologias comuns no inverno. Confira!
Ictiose
“A ictiose é uma doença genética. Logo após o nascimento, a criança apresenta a pele bem ressecada e com bastante alteração até o primeiro ano de vida. Além do ressecamento, causa descamação em vários graus, de leve até quadros bem agressivos. A pele fica com um aspecto de ‘escama de peixe’. As áreas mais acometidas são os membros superiores e inferiores, a face e o couro cabeludo. Assim como as outras, não existe cura, mas pode ser feito o controle através de tratamento”.
Rosácea
“É uma doença adquirida, inflamatória, vascular e muito frequente nas mulheres de pele mais clara, podendo acometer homens também, mas é mais raro. A causa é desconhecida. Ela piora após a ingestão de bebidas quentes como conhaque e vinho, além de se agravar no inverno, quando a pele fica mais sensível, vermelha e irritada. Também existe tratamento e a gente consegue controlar nesses períodos mais frios”.
Foliculite
“A foliculite é uma infecção bacteriana do folículo do pelo. Os pelos se apresentam inflamados e encravados. A piora dela não é uma característica exclusiva do inverno, podendo se agravar também por conta do aumento da umidade e isso favorece a infecção bacteriana. Pode acontecer nesses meses frios por obstrução dos folículos pilosos pelo aumento do ressecamento, pelo uso da água quente, além de usarmos roupas mais justas e esse atrito irrita o folículo, predispondo à infecção, principalmente em áreas como coxas e nádegas”.
Dra. Roberta fala ainda sobre os cuidados gerais para evitar o agravamento destes problemas. “Sempre procurar um profissional capacitado para fazer as orientações e o tratamento. Essas doenças crônicas, que vão e voltam, não têm cura, mas possuem tratamento basal que deve ser mantido durante todo ano e o específico nos períodos de exacerbação. Algumas vezes será necessário o uso de medicamentos orais, tópicos, além dos cuidados básicos, que incluem a hidratação diária, evitar banhos quentes e demorados e com atrito de bucha, evitar produtos alergênicos com muitas fragrâncias. A hidratação deve ser específica para cada tipo de pele, varia também de acordo com a idade. É importante ressaltar que se deve ter um hidratante para o corpo e outro para o rosto, assim como o sabonete. O uso de demaquilantes com álcool às vezes irrita o rosto e desencadeia algumas dessas patologias. Finalmente, lembro que a hidratação também deve ser feita com o aumento da ingestão da água. Nesta época do ano, a gente sente menos sede e transpira menos. Isso agrava o ressecamento da pele. E, insisto, procurar um profissional em caso de qualquer alteração na pele”.