Tudo sobre a síndrome do pânico

Síndrome do pânico
Dra. Gabriela Dal Molin

Quem já sofreu uma crise de pânico sabe muito bem como essa é uma das piores sensações que alguém pode sentir ao longo da vida. A respiração logo acelera, o ar parece acabar, o indivíduo começa a se sentir sufocado e a impressão é de que a existência está muito próxima do fim. Nesse momento, é bastante comum que o paciente confunda os sintomas e pense em várias doenças, sem saber que se trata, no fundo, de um distúrbio emocional.

Para abordar o assunto, ouvimos a médica psiquiatra Dra. Gabriela Dal Molin, da Clínica Vila Verde, que comenta a dificuldade do público em identificar o problema. “A síndrome do pânico se caracteriza por ser uma crise autolimitada. Geralmente, ela vai durar de 20 a 30 minutos, com sensações físicas muito desconfortáveis, podendo levar à sensação de morte, de sufocamento, muita taquicardia e palpitação. São sintomas físicos, que em geral fazem o paciente pensar em uma questão cardíaca, como se estivesse infartando, pois simula muito com condições clínicas mais ligadas à sensação do infarto. Mas o indivíduo pode ter também o pensamento muito acelerado, uma sensação de enlouquecimento, sufocamento e muita sensação de morte. Por isso as pessoas têm dificuldade de identificar a síndrome do pânico, já que pensam inicialmente em uma questão física e não especificamente em um distúrbio emocional. Daí a importância de abordar o tema, até porque a prevalência vem aumentando bastante”, afirma Dra. Gabriela.

O importante, então, é buscar auxílio profissional. “Geralmente, quem sofre uma crise de pânico busca ajuda médica e nem sempre a primeira opção é um consultório psiquiátrico. Na maior parte das vezes, o indivíduo procura uma emergência, porque os sintomas são muito desconfortáveis. Na sequência, ele costuma ir a um cardiologista ou a um médico clínico. Cabe então a este profissional encaminhar o paciente para o acompanhamento médico psiquiátrico”, frisou a médica.

Síndrome do pânicoEla alerta para a necessidade de tratar a síndrome do pânico, que requer o uso de medicamentos. “A gente tem muito êxito no tratamento psicofarmacológico da síndrome do pânico. E, concomitante a isso, a psicoterapia ajuda bastante. A psicoeducação é fundamental para ensinar o paciente sobre o problema, orientar o que é a crise de pânico, como ela se desenvolve, quais são os sintomas, além de lembrar a importância de praticar atividade física, ter uma boa alimentação e dormir bem. A recomendação é não ignorar o problema. É necessário buscar por tratamento”, orientou.

O acompanhamento médico é necessário, também, pela própria natureza das crises de pânico, que comumente fazem as pessoas alterarem sua rotina, com medo de que elas possam se repetir. Mas, realizando o tratamento adequado, é possível alcançar a tão esperada qualidade de vida, que é extremamente importante para se prevenir contra a síndrome do pânico.