Mestre do jornalismo

Mania de Saúde: Sylvio Muniz

"Ele virava a noite no fechamento da edição e eu falava: ‘Caramba, veio direto, não tirou nem uma soneca?’. Ele respondia, na lata: ‘o jornal tem que chegar nas mãos dos leitores na data certa"

Mania de Saúde: Haroldo Zager
Haroldo Zager

Ao longo de três décadas de existência, o Mania de Saúde angariou uma enorme respeitabilidade na área médica, sendo o primeiro e maior jornal especializado em marketing médico de todo o interior do Estado do Rio de Janeiro. Mas, em que pese sua vocação publicitária, foi o jornalismo um dos grandes responsáveis por esse sucesso, uma vez que o Mania de Saúde sempre manteve uma redação composta por jornalistas formados na área, em vez de se dedicar à reprodução de artigos científicos.

Essa característica permitiu que os conteúdos médicos se tornassem cada vez mais acessíveis ao público, levando o Mania de Saúde a ser reconhecido por esse importante trabalho de divulgação. Por esse motivo, o jornal colecionou diversas homenagens e comendas de honra ao mérito, incluindo solenidades na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), onde Sylvio Muniz, fundador do Mania de Saúde, foi recebido pelas mais diferentes autoridades, que reconheceram a relevância do mensário para todo o interior fluminense.

Mas não foram apenas as entidades de classe que validaram o jornalismo praticado pelo Mania de Saúde. Profissionais de renome na área também nutriram grande apreço pelo mensário ao longo do tempo. Entre eles, encontra-se Haroldo Zager, cuja carreira está intimamente ligada ao célebre jornal O Pasquim, onde chegou a ser secretário de Redação e um de seus editores.

Tendo ocupado diversos cargos na área, chegando a ser Presidente da Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, Haroldo Zager acompanhou os primórdios do Mania de Saúde e foi amigo de Sylvio Muniz, que sempre encontrava no Rio de Janeiro, especialmente nas épocas de impressão do jornal. Ele conta, à nossa reportagem, como era esse convívio.

“Sylvio era um apaixonado pelo jornalismo e criou o Mania de Saúde, um jornal pioneiro na área de saúde e vida saudável. Lá se vão mais de 30 anos dando aos seus leitores e leitoras dicas para aprimorar o corpo e a mente”, lembra Haroldo. “Ele virava a noite no fechamento da edição, colocava as páginas no carro e dirigia até à rua Riachuelo, no Rio. Eu falava: ‘Caramba, veio direto, não tirou nem uma soneca?’. Ele respondia, na lata: ‘o jornal tem que chegar nas mãos dos leitores na data certa’”, recordou o jornalista, que também revela o que chama sua atenção no mensário enquanto leitor. “Certamente, a constância na linha editorial aliada a uma renovação editorial. O Mania é um jovem depois de trinta anos na praça. Salute!”.

Perguntado se já não se fazem mais jornalistas como antigamente, ele é taxativo: “não acredito. Sempre existirão bons e maus profissionais. Talvez o problema, hoje, não sejam os jornalistas, e sim os veículos cada vez mais comprometidos com interesses pouco republicanos”, cita Haroldo, que, não obstante, ressalta o jornalismo de qualidade praticado pelo Mania de Saúde, bem como o legado de amor à profissão deixado por Sylvio Muniz. “Ele se notabilizou, também, por ter ajudado a formar incontáveis jornalistas que passaram pela redação do Mania de Saúde, transmitindo os valores maiores desta nobre profissão. Um Mestre com letra maiúscula”, finalizou.