
Quando uma pessoa começa a sentir dificuldade em enxergar, logo procura um médico oftalmologista para fazer um diagnóstico e ver se precisa usar óculos, não é mesmo? Mas, quando o assunto é perda auditiva, o comportamento é totalmente diferente: boa parte do público simplesmente ignora o problema e aprende a conviver com ele, sem saber dos transtornos que terá no futuro. O caso se torna ainda mais preocupante se pensarmos nas crianças e nos idosos, já que a perda auditiva pode ocasionar dificuldades no processo de aprendizagem, no caso das crianças, além de ser fator de risco para demências e depressões, no caso dos idosos, o que reforça a necessidade de uma atenção maior quanto à saúde auditiva.
É para fazer esse alerta que o Mania de Saúde conversou com Aryta Mancini e Eliana Mancini, gestoras da Sonoris Campos. Elas ressaltam que a perda auditiva jamais deve ser ignorada pelo público. “Não existe perda auditiva que se possa desprezar. Se você faz um exame e ele detecta algum problema, você não pode ignorar aquilo. Tem que ir atrás de uma solução. Até porque, aos poucos, essa perda auditiva vai aumentar, até chegar a uma situação insuportável para o indivíduo ou, muitas vezes, para as pessoas no seu entorno, que geralmente são as primeiras a perceber. Muita gente chega até nós, por exemplo, devido a um familiar que reclama do volume da televisão, ou de ter que falar alto demais, entre várias outras situações. Ou seja: é um problema que afeta a qualidade de vida de todo mundo e é importante se atentar para ele”, afirmam.
Um exemplo significativo, nesse contexto, é o público infantil. “Muitas vezes, a criança apresenta um desempenho ruim na escola e acaba sendo encaminhada a vários profissionais de saúde. Mas não passa por uma avaliação auditiva. Depois de muito tempo é que se descobre que a criança, na verdade, não ouvia. Sendo que ela não tem consciência disso. A criança acaba se adaptando. Para ela, aquilo é o normal. Os pais às vezes não identificam o problema, na escola ninguém entende o que está acontecendo, a criança passa por uma série de diagnósticos equivocados, quando, no fundo, era uma perda auditiva”, destacam as gestoras, lembrando que esse cuidado se torna ainda mais importante em um momento de pós-pandemia. “Hoje vemos muitas crianças com atraso de linguagem por terem ficado dois anos em casa por conta do isolamento social. Mas quantas delas podem ter uma perda auditiva que está afetando o desenvolvimento da linguagem e ninguém sabe?”, questionam.
O cuidado com a audição também deve estar presente na vida adulta, especialmente pelas características do mundo moderno, como lembram as gestoras. “O adulto precisa ter a consciência de que a perda auditiva pode parecer simples no início, mas resultará em algo muito mais grave se não for corrigida antes. Às vezes acontece de a pessoa constatar uma perda leve, mas pensar que não é nada. Daí, quando chega aos 40 anos e faz uma audiometria, ela se assusta e se pergunta como o problema chegou naquele estado. Hoje em dia, é bastante comum ficarmos expostos a fatores que ajudam a deteriorar nossas células auditivas, como o uso do fone de ouvido e ambientes ruidosos. Muitas pessoas se habituam a essa rotina e nem percebem o quanto ela afeta a audição”, contam Aryta e Eliana, mencionando casos de profissionais de salão de beleza, expostos aos ruídos de secadores, ou mesmo músicos que não utilizam proteção no palco. “São inúmeros os casos de pessoas que acostumam com o ruído e acham aquilo normal. Mas isso precisa mudar”, frisa Aryta, que recentemente participou de um Encontro Internacional de Audiologia, em São Paulo, onde o tema predominante nas palestras foi justamente a falta de percepção do público quanto à saúde auditiva de forma geral.

Mas, em um mundo onde vem crescendo o número de idosos, o cuidado deve ser ainda maior. “Já foi comprovado que a perda auditiva favorece o aparecimento de demências senis, de doenças neurológicas, de depressão, tendo uma relação muito grande com a saúde mental. Isso porque o indivíduo com perda auditiva começa a se isolar. Ele não se comunica mais, não sente vontade de interagir com os outros, porque não entende nada do que é dito e sente muita dificuldade no convívio social. Daí ele se isola. Mas isso favorece o aparecimento dessas doenças, o que é muito preocupante”, citam as gestoras. “Hoje em dia, no entanto, as pessoas estão vivendo mais e querem viver bem. O idoso é um ser cada vez mais ativo na sociedade. Por isso a vida deles se transforma quando se preocupam em ouvir melhor. Até porque escutar é qualidade de vida”, complementam Eliana e Aryta, que diariamente veem casos de idosos que melhoraram em muito o convívio familiar ao buscarem uma solução para a perda auditiva. É nesse contexto, inclusive, que o uso do aparelho auditivo faz toda a diferença. “Existe um preconceito muito grande com o aparelho auditivo, pela imagem que muitos criaram dele ao longo dos anos, mas a verdade é que, hoje em dia, eles são totalmente diferentes do que eram no passado. A tecnologia evoluiu muito. Outro mito é dizer que eles são caros, porque, na verdade, o aparelho auditivo vem se tornando cada vez mais acessível. Sem dizer que você não está apenas adquirindo um aparelho, mas todo um serviço por trás dele. Nós não estamos aqui apenas para vender um produto. Haverá sempre o acompanhamento fonoaudiológico durante todo esse processo de adaptação, tirando todas as dúvidas, auxiliando no que for necessário. Enquanto o indivíduo estiver usando aquele aparelho, terá esse suporte, com a certeza de que está cuidando da própria saúde, obtendo assim uma melhor qualidade de vida”. Quer saber mais sobre o assunto? A Sonoris Campos se localiza à rua Voluntários da Pátria, 185, ao lado do Centro de Saúde e atende pelos telefones (22) 3025-5266 e (22) 99808-8313.