
Campos é uma cidade que sempre favoreceu ao ciclismo, dado o fato de estarmos em uma planície. E, com o preço dos combustíveis lá em cima, muita gente tem optado pela bicicleta como meio de transporte. No entanto, para quem está voltando a pedalar agora, é necessária muita atenção com os buracos no asfalto, que podem ocasionar quedas e escoriações.
Quando se cai, uma parte do corpo “rala” no asfalto. A dor e a sensação de queimadura são grandes. Para saber como tratar esse tipo de ferimento, conversamos com a enfermeira Dra. Angela Amaral, responsável pela Só Pele, loja especializada em soluções e curativos. Ela afirma que, dependendo da forma como aconteceu o acidente, esse “ralado” pode ser muitas coisas. “Acontece com muita frequência de negligenciarem uma batida, uma lesão que aparentemente é pequena, mas pode ter algo mais grave. Mas quase que 70% são escoriações. E, quando elas acontecem no asfalto, trazem junto sujidades. Então, o conselho inicial é: água e sabão. Desta forma, você elimina as bactérias mais agressivas. O álcool não é recomendado, porque a escoriação é uma lesão abrasiva e vai arder muito, além de não matar as bactérias, pois, para isso, seria necessário esfregar o local e você acaba agredindo mais o local da lesão em vez de trazer algum benefício. Por isso reforço: água e sabão. Se tiver um sabonete líquido, melhor. Mesmo em uma unidade profissional, pode ser que não se consiga tirar tudo. Algumas sujidades você passa semanas tirando. Não se pode negligenciar esse tipo de acidente. E é fundamental buscar uma unidade de saúde, porque, mesmo em uma escoriação leve no asfalto, há o risco de tétano. Então, é importante verificar como está a sua cobertura vacinal, se há a necessidade de uma dose de reforço ou mais”.
Outra dúvida comum de quem sofre este tipo de ferimento é se cobre ou não. Muita gente ainda acredita na frase “deixar a pele respirar”. Dra. Angela deixa claro qual é a melhor opção. “Tem que cobrir. Dependendo do tipo de lesão, a pele precisa de uma proteção. A pele é uma ferramenta do nosso organismo que ajuda a manter a temperatura corporal. Se você está com um machucado onde parte da pele foi retirada, fica sujeito às intempéries: calor ou frio demais. Fora que você fica exposto a outras contaminações porque aquela ferida está exposta. Hoje existem vários curativos tecnológicos que mantém essa cobertura com a temperatura ideal e mantém a troca gasosa necessária. E o correto é que o paciente saia da unidade de saúde orientado com relação a como fazer a troca do curativo e, se não for possível, ser encaminhado para uma unidade que o faça. Aqui, na Só Pele, nós temos vários tipos de material para curativos, como, por exemplo, um esparadrapo altamente flexível, que permite a mobilidade. Ainda é possível colocar um filme semipermeável com capacidade de perspiração que possibilita o paciente tomar um banho rápido sem a necessidade de trocar o curativo. Além disso, temos os produtos tópicos, para descolonizar o ferimento e outros para ajudar na cicatrização”.