Para se ter uma ideia, só no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama já se tornou o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas no Sul e no Sudeste, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Isso reforça a necessidade de prevenção, sobretudo nesse momento pós-pandemia, tendo em vista a quantidade de mulheres que deixaram de fazer exames por conta do isolamento social.
Quem faz o alerta é a médica radiologista Dra. Nicole Casa Velasco Gardone Guimarães, da UltraNefro – Clínica de Radiologia e Nefrologia Avançada. Formada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Teresópolis-RJ, com especialização médica em Radiologia pela Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro/clínica CDPI, especialista em Radiologia Mamária, Elastografia Hepática, além de Membro Titular do Colégio Brasileiro de Radiologia, ela ressalta a necessidade de as mulheres se atentarem mais para esse problema.
“É fundamental alertarmos ao público feminino para o diagnóstico precoce do câncer de mama, que inclusive tem sido cada vez mais frequente em pacientes jovens. É necessário que as mulheres tenham consciência da importância do rastreio, principalmente agora, nesse período de pós-pandemia, já que muitos diagnósticos serão postergados”, afirma Dra. Nicole. “Esse olhar preventivo é importantíssimo. Muitas vezes, por exemplo, observamos mulheres realizando cirurgias plásticas, fazendo procedimentos estéticos, a fim de ressaltar a beleza e aumentar a autoestima, o que é muito positivo. Mas a verdade é que, para realizar todos os seus sonhos, é fundamental que a mulher esteja com a saúde em dia, para que não seja pega de surpresa com um problema de saúde que poderia ter sido diagnosticado e tratado previamente e de maneira precoce”, acrescentou.
Especializada em Radiologia Mamária, com experiência de ter atuado em serviços de ponta no Rio de Janeiro, Dra. Nicole descreve como é o check up. “As pacientes com menos de 40 anos, por terem mamas densas, o rastreio inicia-se pela ultrassonografia. Já as mulheres acima dos 40, é recomendado que ela faça a mamografia primeiro. Caso seja detectada alguma lesão suspeita, essa paciente segue para a biópsia. Se não foi detectado nenhum nódulo suspeito, mas apareceu alguma alteração que possa evoluir para neoplasia, juntamente com o médico assistente, fazemos um controle por imagem durante dois a três anos. No primeiro ano, esse controle é feito de seis em seis meses e, no segundo e no terceiro ano, o controle é anual”, destaca a médica. “Já em relação à mamografia, a partir dos 40 anos, ela é realizada anualmente. Mas, para quem tem histórico familiar, o prazo reduz para 10 anos antes do familiar que teve a doença. Se a pessoa mais nova que teve câncer de mama na família foi aos 45 anos, por exemplo, a paciente vai fazer a primeira mamografia com 35”, explicou.
Dra. Nicole lembra, por fim, a importância de prosseguir com esse autocuidado. “Não devemos nos esquecer, nesse contexto, do exame preventivo, feito com o ginecologista, a fim de colher o material do colo do útero, além de realizar o ultrassom transvaginal, que também é um exame muito importante. Se a mulher quiser realizar um check up mais completo, ela pode fazer um ultrassom de abdômen total e de tireoide. O importante é ela ter esse olhar preventivo para a saúde como um todo, sempre estar fazendo seus exames de rotina, a fim de obter uma melhor qualidade de vida, bem como maior longevidade, favorecendo assim a realização dos seus sonhos. Para isso, é imprescindível que a paciente faça seus exames com profissional especializado na radiologia mamária, que tenha um olhar diferenciado no estudo de imagem da mama e que dê toda a atenção a ela, proporcionando confiança, segurança e um resultado mais assertivo”, concluiu.