



Quem gosta de história deve estar curtindo acompanhar a atual novela das 18h da Rede Globo, “Além da Ilusão”. Além de se tratar de um folhetim clássico, a trama é ambientada em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. A novela é dividida em duas fases, entre 1934 e 1944, sendo a primeira em Poços de Caldas, Minas Gerais, e a segunda em Campos. Na trama, marcada por histórias de amor, traição, amizade e muito humor, os personagens têm seus valores afetados pelo progresso e pela modernização que o Brasil passou na época.
Com a morte da filha, o juiz Matias fica desequilibrado e perde as condições de trabalhar e cuidar da família. Sua esposa, a forte e corajosa Violeta (Malu Galli), assume então a responsabilidade de cuidar de todos e se muda para a fazenda de seu pai, Afonso Camargo (Lima Duarte), em Campos dos Goytacazes. Nessas terras, que um dia foram um produtivo engenho de cana-de-açúcar, será erguida uma fábrica de tecelagem, gerida por Violeta e Eugênio (Marcello Novaes), um empresário carioca atento às novas necessidades do país, que se muda para a região. É nesse universo que Isadora cresce, enquanto o jovem Davi (Rafael Vitti) cumpre a pena por um crime que não cometeu.
Tem sido interessante observar como a novela retrata a Campos da década de 40, mostrando uma cidade desenvolvida. “O público vai ver a cidade de Campos supermoderna, colorida, cheia de elementos, carros, confeitaria, cinema, teatro, cassino, luzes, elementos divertidos, jornaleiro, chapeleiro, táxis, floristas, carroças, lavadeiras”, explica a produtora de arte Eugenia Maakaroun. O cuidado é tanto que o interior de um vagão de trem de 11 metros foi construído e máquinas têxteis de 1940 em pleno funcionamento foram buscadas e encontradas pela produção para dar dinamismo e realidade à cidade cenográfica. “Cheguei a ligar para o Museu Têxtil de Portugal para descobrir onde poderia conseguir mais de uma máquina. Liguei para a antiga Tecelagem Saliba, que fechou em 2016, falei com o Museu Têxtil da Bahia, o de Minas Gerais, até que cheguei em um segurança da Saliba, que me passou o contato de uma pessoa que tinha comprado as máquinas de lá e trabalhava com confecção. Viajei para Carmo do Rio Claro, em Minas, e consegui alugá-las. Foi um alívio”, conta Cris Bisaglia, responsável pela cenografia da trama.