Cuide bem do seu rim!

Cuide bem do seu rim!
O médico nefrologista Dr. Rafael Gardone Guimarães, da UltraNefro, explica como lidar com a Doença Renal Crônica

Março é um mês especial para a área da saúde em todo o mundo. Isso porque a Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) criou, em 2006, o Dia Mundial do Rim, celebrado sempre na segunda quinta-feira do mês de março, com diversas ações e eventos voltados para a prevenção da Doença Renal Crônica (DRC). O objetivo é conscientizar e orientar o público quanto ao problema, já que a DRC afeta uma em cada 10 pessoas no mundo, apresentando taxas crescentes de acometimento na população.

Para abordar o assunto, o Mania de Saúde procurou a UltraNefro – Clínica de Radiologia e Nefrologia Avançada e ouviu o médico nefrologista Dr. Rafael Gardone Guimarães. Formado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/MG), com residência médica em Clínica Médica pelo Hospital Adventista Silvestre-RJ e residência médica em Nefrologia pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto – HUPE/UERJ, tendo experiência na atuação em diferentes áreas da Nefrologia, inclusive em pesquisas acadêmicas, além de ser professor da Faculdade de Medicina de Campos (FMC), Dr. Rafael explica, de início, do que se trata o problema.

“A Doença Renal Crônica (DRC) consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins. Em sua fase mais avançada (chamada de fase terminal), os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente. Nesse último estágio, para manutenção da vida, é preciso fazer diálise ou transplante renal”, alerta o médico. “Os principais fatores de risco para as doenças renais crônicas são diabetes (tipo 1 ou tipo 2), hipertensão arterial sistêmica, obesidade, tabagismo, doença do aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca), história familiar de doença renal e uso de medicações nefrotóxicas”, acrescentou.

Já que a hipertensão arterial sistêmica e a diabetes são as principais causas da doença renal crônica, estima-se que a sua prevalência seja elevada, embora ainda desconhecida. “Em geral, nos estágios iniciais, a DRC é silenciosa, ou seja, não há sintomas ou são poucos e inespecíficos. Por isto, o diagnóstico pode ocorrer tardiamente, quando o funcionamento dos rins está bastante comprometido, muitas vezes em estágio muito avançado, quando é necessário tratamento de diálise ou transplante renal. Assim, são fundamentais a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como a creatinina no sangue e o exame de urina simples”, destaca o médico.
Ele fornece mais detalhes sobre esse diagnóstico. “No exame de urina, a presença de proteína ou albumina, assim como de sangue, são alertas particularmente importantes para possível doença dos rins. A dosagem de creatinina sérica e o exame de urina ‘de rotina’ podem ser incluídos na consulta médica rotineira de qualquer pessoa. Mas, são ainda mais importantes para pessoas que têm familiares com doença renal crônica, para diabéticos e hipertensos. Atualmente, existem diversos recursos de tratamento, e eles podem evitar ou pelo menos retardar a progressão da doença para os estágios mais avançados”.

Por fim, segundo Dr. Rafael, é preciso estar ciente de que a melhor forma de lidar com a doença renal é prevenir, fazendo-se o diagnóstico precoce. “Para tanto, é importante conhecer a doença renal crônica, é necessário fazer exames de rastreamento (creatinina sérica e exame de urina), mesmo na ausência de sintomas, para detectá-la e iniciar o tratamento mais precocemente possível”.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de pacientes com DRC avançada vem crescendo ao longo dos anos, sendo que, na atualidade, mais de 140 mil pacientes realizam diálise no país. Todo esse cenário, segundo a entidade, reforça a importância da prevenção, a fim de garantir uma melhor qualidade de vida a todos.