Sua filha já pode ir ao ginecologista?

Foto ilustrativa - menina
  Não adianta: basta vir a primeira menstruação para toda menina ter uma série de dúvidas quanto ao corpo. O mesmo acontece com as mães, que, apesar de já terem vivido essa experiência, são tomadas de apreensão ao verem as filhas nesse rito de passagem tão importante na vida delas. Mas calma! Nessas horas, é necessário ouvir quem entende do assunto, a fim de vivenciar esse momento de forma mais saudável e com maior segurança. É o que afirma a médica ginecologista e obstetra Dra. Rachel Tavares, especializada em ginecologia endócrina, infertilidade, reprodução humana, gestação de alto risco, ultrassonografia e ultrassonografia 3D/4D. Ela falou, a nossa reportagem, sobre o momento mais adequado para as meninas iniciarem as consultas com o ginecologista. “Geralmente, a gente orienta as meninas a irem pela primeira vez ao ginecologista após a primeira menstruação, que é chamada de menarca. Ela ocorre por volta dos 10 ou 12 anos e, nesse período, as meninas ficam com muitas dúvidas, querendo saber se a menstruação vai vir todo mês, quantas vezes troca o absorvente, se tem cólica, se pode tomar remédio, entre outras questões. Já as mães costumam ficar mais preocupadas, sobretudo ao ver que a filha está entrando na puberdade. Com isso, elas perguntam se a menina já pode engravidar, se a menstruação vai vir de forma regular ou não etc. É necessário ressaltar que, se houver algum sintoma, a menina pode procurar o ginecologista antes mesmo de ficar menstruada pela primeira vez. Se apresentar dor abdominal ou cólica com frequência, se tiver o crescimento das mamas ou dos pelos antes dos oito anos de idade (um indicativo de puberdade precoce), se tiver alguma coceira ou dor na região íntima, se perceber alguma secreção, tudo isso ela pode consultar com o ginecologista antes de menstruar. Mas, se estiver tudo bem, geralmente a primeira consulta é após a menstruação, para podermos orientar a paciente”, diz Dra. Rachel. Ela lembra que, na atualidade, as meninas estão mais conscientes da importância de ir ao médico. “Hoje em dia, elas já têm uma consciência maior da necessidade de se cuidar. Então, antes mesmo de tomarem algum anticoncepcional por conta própria, elas vão ao ginecologista para ter a orientação adequada. Já as mães também estão mais próximas das filhas e conversam mais abertamente sobre isso, levando-as ao ginecologista quando iniciam a atividade sexual, a fim de orientá-las quanto aos métodos contraceptivos”, apontou. Dra. Rachel ressalta, no entanto, que o cuidado ao iniciar a vida sexual deve ir muito além da gravidez indesejada. “As meninas devem se atentar, também, para as infecções sexualmente transmissíveis, que muitas vezes não apresentam sintomas. O parceiro pode não estar sentindo nada, mas transmite vírus, bactérias e outras doenças, não só as mais graves, como HIV, sífilis, gonorreia, hepatite, mas também o vírus do HPV (que provoca câncer de colo do útero) e a herpes genital, demonstrando o quanto elas devem se preocupar não apenas com a contracepção, mas também com a prevenção de DSTs”, frisa a médica. “Então, além de usarem pílula anticoncepcional ou algum outro método para contracepção, elas devem pensar também em um método que seja eficiente contra a transmissão dessas doenças, como a camisinha, por exemplo”, acrescentou. Dra. Rachel destaca, por fim, a necessidade de se manter o acompanhamento médico após esse processo. “As consultas de rotina são importantes para elas estarem sempre tirando dúvidas, conversando sobre a questão da sexualidade, das doenças sexualmente transmissíveis, da prevenção de uma gravidez indesejada e fazer o exame físico para verificar se está tudo bem, se não há nenhuma secreção vaginal, nenhuma lesão assintomática, entre outras questões. É importante estar sempre em contato com o especialista para tirar essas dúvidas e, também, fazer o exame físico regularmente, a fim de se resguardar e cuidar da saúde de uma forma mais completa”.