Você sabe o valor da identidade visual?
Júlia Ambrozini explica, também, o papel da identidade visual na construção da marca. “Muitas vezes, nossos clientes pensam que marca se resume à identidade visual. Mas a identidade visual é a ponta do iceberg. Marca, na visão de gestão estratégica, é a percepção que os diferentes públicos têm de você (ou do seu produto/serviço). É sua reputação, o sentimento que você causa nos outros, o que te diferencia dos seus concorrentes. Já a identidade visual é a forma como essa marca se expressa visualmente, como a roupa que ela veste. Uma identidade visual bem-feita comunica os diferenciais, a essência, além de dialogar com o público. É um dos elementos principais, sendo responsável pela atração. Então, em meio à tanta oferta de mercado, a identidade visual fica responsável por atrair o público certo, destacar sua marca dos concorrentes, chamando mais atenção, agregando valor à percepção da empresa e, consequentemente, ajudando a vender”, diz Júlia. “Quando vamos fazer uma identidade visual, envolvemos o cliente em todo o processo de criação, entendendo ao máximo a cultura da marca, os diferenciais do negócio, pontos fracos e fortes, para então diagnosticar a necessidade de comunicação que aquela marca tem e traçar uma estratégia de identidade visual para o nosso cliente. Após o cliente aprovar, aí sim desenvolvemos”.
A criação de qualquer trabalho artístico envolve muitos processos e etapas. Quando se fala de identidade visual de uma marca, então, é preciso muita habilidade e horas de trabalho. Mas é gratificante quando o produto final é reconhecido. É o caso do projeto da Só Pele, feito pelo estúdio Que Haja, que recentemente obteve reconhecimento a nível internacional.
Júlia Ambrozini, designer e cofundadora do estúdio, conta ao Mania de Saúde como se deu essa conquista, que sem dúvidas é um marco tanto para o estúdio, quanto para a empresa. “Nós divulgamos nosso portfólio da Só Pele na maior comunidade internacional de designers, o Behance, onde nosso projeto foi selecionado para participar de três galerias de destaque. É importante dizer, antes de tudo, que a curadoria para receber destaques nessas galerias é muito restrita. Não há como pagar para entrar nelas, por exemplo. O projeto é descoberto pela qualidade e é selecionado por uma curadoria internacional especializada, recebendo os selos de ‘prêmio’ pelo destaque alcançado nas galerias. Nós recebemos o selo das galerias de ‘Graphic Design’, ‘InDesign’ e ‘Illustrator’”, revela Júlia. “Posteriormente, ainda devido aos destaques recebidos pelo projeto, nós fomos convidados para publicar o Só Pele em uma revista internacional de design chamada Creative Layout Design, da editora SendPoints, que é especializada em publicações de design gráfico, sendo outra conquista de grande relevância nesse processo”.
O desempenho obtido pelo estúdio se torna ainda mais emblemático ao se observar como foi a criação da identidade visual da Só Pele, conforme lembra Júlia. “Foi um processo atípico. Quando a Ângela (cliente) chegou, os feriados de final de ano já estavam batendo à nossa porta e ela apresentou a necessidade de inaugurar a loja em janeiro. Ou seja, o tempo não estava a nosso favor, porque nosso processo de identidade visual leva de 30 a 40 dias úteis. Mas, entendendo a necessidade da inauguração da loja, combinamos de criar um projeto temporário para a inauguração, com a proposta de substituí-lo posteriormente. Funcionou muito bem, mas é uma forma totalmente atípica de trabalhar, só fizemos isso duas vezes nesses 11 anos de estúdio. Então, nossa primeira preocupação foi criar uma identidade visual básica, que poderia ser substituída facilmente pela definitiva. Na segunda etapa, quando estávamos fazendo o processo completo, fizemos a pesquisa de segmento e público-alvo. Sendo assim, envolvemos a equipe Só Pele em todos os processos de criação, o que foi fundamental”, afirma a designer, ressaltando outro aspecto importante desse trabalho. “É necessário lembrar que a identidade visual não se resume ao logo. O logo (assinatura) é só um pedaço. As identidades visuais precisam de um conjunto de elementos identitários que criem um universo só dela, como ilustrações, grafismos, cores, letras próprias etc., que fazem toda a diferença”.