Veja agora como lidar com o problema!
Nunca se falou tanto, nos dias de hoje, sobre a importância de ter uma boa noite de sono para a saúde, já que dormir bem ajuda a repor as energias e permite que o nosso organismo cumpra funções importantes para manter o corpo e a mente saudáveis. Mas, para muitas pessoas, existe um inimigo que prejudica bastante o hábito de dormir bem: o zumbido no ouvido.
A fim de abordar os fatores neurológicos que estão relacionados ao problema, o Mania de Saúde ouviu o médico neurologista Dr. Caio Monteiro Pontes, da It Neuro Diagnósticos, que tem promovido um atendimento neurológico de excelência para Itaperuna e região. Ele explica como esse distúrbio é encarado dentro de sua especialidade.
“Antes de tudo, é necessário esclarecer que o zumbido não é uma doença e sim um sintoma, que possui várias causas subjacentes. Entre estas destacam-se: acúmulo de cera, exposição a sons muito altos, infecções, labirintite, disfunção em articulação temporomandibular e alterações em estrutura do ouvido. As causas neurológicas são mais raras e estão relacionadas à má formação vascular, traumatismo craniano, doenças desmielinizantes e tumores. Normalmente, o primeiro profissional de saúde a ser consultado é o otorrinolaringologista. No entanto, quando o zumbido é acompanhado de queixas (ex: quedas, desequilíbrio, vertigens e perda auditiva), o auxílio de um neurologista torna-se importante. Algumas vezes, é imprescindível também o acompanhamento de outras especialidades, como fonoaudiologia e fisioterapia”, afirma.
Dr. Caio destaca como é o diagnóstico e o tratamento. “Deve-se antes realizar uma abordagem completa da história de saúde do paciente, ressaltando as características do zumbido, que envolvem o tipo, a intensidade e a constância. A investigação deve prosseguir com a realização de uma abordagem otoneurológica, a qual abrange testes auditivos e vestibulares (equilíbrio). Os achados desta avaliação, aliados aos dados obtidos na história clínica, indicam quais os demais exames de laboratório e de imagem que necessitam ser realizados. Após constatada a condição clínica que justifica o zumbido, o tratamento é feito de forma específica. Pode ser necessário realizar um conjunto de intervenções que incluem terapias de som, uso de medicamentos antivertiginosos e ansiolíticos, além de acompanhamento de causas correlacionadas como alterações hormonais, hipertensão arterial, diabetes e uso de certos medicamentos”, ressalta o médico.
Ele alerta para a necessidade de observar algumas manifestações relacionadas ao zumbido, que exigem investigação. “Precisamos estar atentos a alguns sinais de alerta. Algumas queixas são motivos de preocupação, como quando o zumbido se manifesta em apenas um ouvido ou vem seguido de outros sintomas (ex: dificuldade em equilíbrio, deglutição e fala). Nesse momento, podemos estar diante de uma possível causa neurológica. Exames como audiometria e ressonância magnética de crânio necessitam ser realizados nessas situações”.
Mas como o indivíduo pode, de fato, se prevenir do problema? Dr. Caio responde. “Alguns cuidados são fundamentais na prevenção do zumbido. Dentre eles podemos destacar: evitar exposição prolongada a ruídos, evitar o uso excessivo de headphones, utilização de aparelhos em caso de perda auditiva, limpar os ouvidos regularmente com o auxílio de um profissional, evitar o consumo descontrolado de cafeína e bebidas alcoólicas”, esclareceu.
Justamente por ser um sintoma que pode se manifestar em diferentes problemas de saúde, o zumbido no ouvido não pode ser negligenciado. Caso você ou algum familiar sofra desse distúrbio, procure ajuda médica e dê início à investigação, para que o tratamento seja mais efetivo e promova uma melhor qualidade de vida ao paciente.
