Houve uma época em que as crianças e os pré-adolescentes pegavam o celular dos pais apenas para se entreterem com jogos eletrônicos, não é verdade? Esse tempo, contudo, ficou para trás. Hoje em dia, grande parte da garotada fica o dia inteiro ativa em redes sociais como o Instagram e o TikTok, onde interagem com amigos e consomem os mais diversos conteúdos. O problema é que nem sempre eles estão sendo, de fato, monitorados pelos pais ou responsável, o que pode criar uma série de problemas.
O caso mais expressivo talvez seja o do próprio TikTok. Apesar de a rede estar sempre buscando mecanismos para reforçar o controle de privacidade, muitas vezes crianças e pré-adolescentes conseguem fazer uso do aplicativo, uma vez que, para assistir aos vídeos, não é necessário estar logado. Basta baixá-lo em qualquer celular. Mas isso pode expor a criança a uma série de conteúdos impróprios, muitos inclusive sexualizados, ainda que feitos com despretensão. Para se ter uma ideia, um levantamento do próprio TikTok, divulgado pela revista Veja, mostrou que o Brasil foi o terceiro país com mais vídeos removidos em 2020 por violar a “segurança de menores” e promover “nudez e atividades sexuais de adultos”. Segundo matéria assinada por Duda Monteiro de Barros e Jana Sampaio, entre julho e dezembro do ano passado, o país produziu 7,5 milhões de postagens consideradas inadequadas.
Muitos desses conteúdos, por exemplo, se enquadram naquilo que os usuários chamam de “trends”: tratam-se de vídeos que “bombam” e acabam sofrendo várias releituras por inúmeras pessoas. O problema é que tais filmagens acabam se retroalimentando e criando tendências de comportamento, podendo influenciar as crianças. “Redes muito voltadas para a imagem, como o TikTok, têm um potencial de aumentar a valorização do corpo, do ‘ter’. O corpo dos jovens nas danças do TikTok é algo que os adolescentes gostariam de ter”, afirmou, ao Estadão Conteúdo, o psiquiatra e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Guilherme Polanczyk.
5 dicas importantes para os pais
Devido à influência do TikTok na atualidade, vale ressaltar dicas importantes para os pais garantirem um uso saudável para seus filhos:
1) O TikTok tem uma idade mínima de cadastro, porém não existe uma checagem profunda para validar as informações caso a criança marque uma idade diferente ou a adultere. É importante analisar como o app foi instalado e qual perfil foi criado.
2) A plataforma permite controle parental, inclusive espelhando em outro celular. Com isso, você pode restringir diversos mecanismos de uso para o seu filho. Nas configurações da rede há mais informações sobre isso, bem como tutoriais no Youtube.
3) É importante lembrar também que muitos vídeos podem ser vistos sem que seja necessário logar ou criar uma conta. Isso aumenta a exposição a vídeos sem qualquer tipo de filtro. Se a criança usa o celular dos pais, é importante que eles verifiquem o aplicativo ou criem uma conta com controle parental.
4) O tempo de uso é outro dado importante, já que muitas crianças passam horas no aplicativo. Além de monitorar o uso, é importante estipular o tempo, o que também pode ser feito por meio do controle parental. Segurança nunca é demais.
5) Outra medida importante é a família também utilizar o aplicativo, para facilitar essa vigilância e entender o funcionamento da rede. Assim, fica mais fácil não apenas monitorar o jovem usuário, como também conversar e orientar sobre os conteúdos do TikTok.