Nos últimos meses, muito se tem falado sobre o Botox. O procedimento tem sido cada vez mais buscado para suavizar rugas e melhorar a estética. No entanto, é importante se certificar de que o profissional que vai realizar a aplicação está devidamente habilitado para tal.
Pensando nisso, conversamos com a médica dermatologista Dra. Roberta Cesário, que esclareceu as principais dúvidas sobre o assunto. “Botox, na verdade, é o nome laboratorial da toxina botulínica de um determinado laboratório. A gente generaliza chamando de Botox, mas o medicamento é a toxina botulínica do tipo A, uma neurotoxina extraída de uma bactéria, que se apresenta em vários laboratórios. Cada um tem um nome. Sua finalidade é suavizar e relaxar a musculatura, melhorando assim as rugas, principalmente as dinâmicas (que se formam ao contrair o músculo). A toxina é injetada dentro do músculo daquela região e, com isso, vai paralisar, relaxar temporariamente aquela musculatura. Essa perda da contração é temporária, com o tempo variando em média por quatro meses nas mulheres (nos homens dura um pouco menos). Isso depende muito do metabolismo da pessoa”.
Dra. Roberta lembra que a toxina botulínica é mais usada na região superior da face, mas pode ser utilizada também na região perioral (ao redor da boca), nariz, queixo e pescoço, suavizando as rugas dinâmicas. “Quando a ruga já está estática, ou seja, sem a pessoa fazer a contração ela se mantém, a gente já não consegue apagá-la só com o Botox, sendo necessário aliar a toxina com alguns outros procedimentos. Na medida em que o tempo passa e o organismo vai eliminando a toxina, o músculo vai voltando a se mexer, mas é difícil voltar exatamente como era antes. Não existe uma idade certa para iniciar o tratamento. Assim que as rugas começarem a incomodar, pode procurar o profissional de forma preventiva”, diz a médica.
Ela ressalta que a toxina botulínica pode ser usada também em outros procedimentos. “Ela já era usada, de longa data, no intuito de corrigir estrabismo, para enxaqueca, redução de sudorese nas axilas, mãos, pés. Na década de 1990 é que se começou a utilizá-la com finalidade estética. Os resultados começam a aparecer entre 48 e 72 horas depois do procedimento. O pico da paralisação acontece com 15 dias, quando o paciente pode ser reavaliado e, se necessário, ser feito um retoque. É um procedimento minimamente invasivo e pouco doloroso. A gente usa um anestésico tópico 40 minutos antes e já é o suficiente para manter o paciente tranquilo e sem dor. Alguns cuidados pós-aplicação: evitar deitar nas quatro horas seguintes, não fazer limpeza de pele, drenagem, massagem facial e atividade física no primeiro dia. Os efeitos colaterais são pequenos e passageiros. Algumas pessoas afirmam que ficam com medo de ‘ficar dependente do Botox’, mas isso não procede. Depois de alguns meses, o efeito da toxina vai sumindo e volta ao que era antes, até um pouco menos, mas nunca pior do que anteriormente. O que acontece é que o efeito é tão bom que as pessoas querem mantê-lo”.
Por fim, a médica dermatologista salienta a importância de buscar um profissional qualificado para a aplicação. “Não só em relação ao procedimento da toxina botulínica. Mesmo para consultas e outros procedimentos estéticos, o ideal é que se faça com o profissional indicado, qualificado e capacitado. É importante estar seguro, porque a relação de confiança entre o profissional e o paciente é fundamental. Isso contribui para o sucesso do procedimento e evita complicações futuras. A melhor maneira de encontrar esses especialistas é através dos sites das sociedades profissionais, como a Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Procure pelo nome do profissional nesses sites e veja se ele é capacitado para o procedimento”.