Você sabe a importância da glândula tireoide? Tem ideia de como ela é importante no controle do seu metabolismo? Consegue imaginar como ela é fundamental para o controle do peso? É possível fazer a reposição hormonal? Quem precisaria disto? São muitas as dúvidas e, por essa razão, conversamos com um especialista no assunto, o médico e professor Dr. Cláudio Cola.
Ele explica como o tema tem sido encarado na atualidade. “Muita gente sabe que a glândula tireoide tem um formato de borboleta e é fundamental em vários aspectos metabólicos, agindo, de forma geral, no controle do ritmo gasto de energia no organismo. Mas hoje, com avanços de medicina baseada em evidências, muito do que se sabe sobre ela tem sido atualizado e novas formas de avaliação têm sido propostas. Ela depende fundamentalmente do iodo consumido na dieta, porque os seus hormônios, os famosos T3 e T4, são assim chamados por terem 3 ou 4 átomos deste micronutriente essencial adicionado ao sal industrializado normalmente utilizado. O T3, o hormônio mais abundante e ativo da glândula, tem receptores em várias células do corpo, e pode agir no sistema circulatório, onde promove o aumento do fluxo sanguíneo, que eleva a produção de calor e ‘gasta’ energia; ou no sistema nervoso, onde aumenta a velocidade de pensamento; ou no intestino, onde aumenta a motilidade intestinal; ou no rim, onde aumenta a eliminação da urina e reduz edema; ou no sistema imunológico, onde aumenta a resposta imune e até no depósito de gorduras, elevando o colesterol bom (HDL) e reduzindo o ruim (LDL)”, afirma.
Dr. Cláudio prossegue dando mais detalhes sobre a tireoide. “Além disso, ela atua também no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na fertilidade; no humor e no controle emocional, ou seja, se ela não estiver bem, tudo vai mal. Como reguladora da oferta de energia, a tireoide promove o aumento da frequência cardíaca e favorece a transformação de gordura em glicose, o que, além de emagrecer, permite a perda de peso. No intestino, local onde concentramos 80% do nosso arsenal imunológico, a tireoide é fundamental para controlar a microbiota intestinal e manter a absorção de nutrientes e a nossa defesa em níveis adequados. Com o aumento da expectativa de vida, hoje já se fala das consequências do ‘envelhecimento tireoidiano’, ou seja, como tudo no corpo, a tireoide também envelhece e, com isso, diminui a sua atividade, aumentando a fragilidade desta, reduzindo a taxa metabólica e causando outras disfunções. Então, quer seja pelo envelhecimento ou por doença, é fundamental manter o funcionamento adequado da tireoide como forma de manter a saúde e o equilíbrio metabólico. Quando ela reduz a sua função, chama-se hipotireoidismo e surgem sintomas de ‘paralisação geral do metabolismo’, como ganho de peso, cansaço, inchação, sonolência e constipação intestinal e, daí, caso não se trate, caminhamos para a depressão, doença cardiovasculares, disbiose, obesidade e outras. Se a tireoide estiver ‘inflamada’, ela funciona demais, o que também é muito ruim e pode acontecer na chamada tireoidite, que causa o chamado hipertireoidismo, com sintomas como palpitações, perda excessiva de peso, tremores, insônia e outros. Lembrando que hoje, sem dúvida nenhuma, são os processos inflamatórios metabólicos os maiores vilões contra a saúde. Embora sejam muito comuns, as doenças da tireoide podem ser tratadas e prevenidas de forma segura e eficaz pela medicina ortomolecular, havendo muitos testes e recursos que realizamos na consulta médica, como o teste na urina e o exame das condições metabólicas, usando quatro diferentes tecnologias”.