
Agosto é um mês mais do que especial para inúmeras mulheres. O motivo é que, desde 2017, ele foi instituído como o Mês do Aleitamento Materno, através da Lei nº 13.435/2.017, que tipifica uma série de ações voltadas para o incentivo à amamentação em todo o país. É por meio da campanha Agosto Dourado, inclusive, que boa parte do público feminino passa a ter um maior conhecimento sobre o ato de amamentar, já que diversas ações sociais são realizadas Brasil afora, sempre associando cada uma delas à cor dourada, que está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
Para abordar o assunto, o Mania de Saúde ouviu a nutricionista Giovanna Belletti. Pós-graduada em Nutrição Vegetariana e Vegana e também em Nutrição em Obstetrícia, Pediatria e Adolescência, pela NutMed, ela destaca a importância do Agosto Dourado para a nossa população. “O leite materno é o alimento mais completo do mundo e o aleitamento materno deve ser incentivado sempre. As fórmulas infantis só devem ser utilizadas com indicação nutricional e médica precisa. Infelizmente, hoje em dia, no nosso país, a média de aleitamento materno exclusivo é de apenas 54 dias, sendo que a Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria preconizam o aleitamento materno exclusivo até pelo menos 6 meses e, após isso, até 2 anos ou mais. O leite materno nunca vira água. Mesmo depois do segundo ano de vida, ele segue sendo nutritivo, rico em vitaminas e em energia”, afirma Giovanna. “Fica fácil perceber a importância do aleitamento materno quando entendemos os benefícios do próprio leite materno, sendo esse um alimento absolutamente completo para o bebê, garantindo também ótima oferta de nutrientes mesmo após a introdução alimentar. Lembrando que até o final do primeiro ano de vida o leite materno (ou, na ausência dele, a fórmula infantil adequada) é o principal alimento do bebê e a alimentação é complementar”.
Segundo a nutricionista, existem muitas vantagens em relação à amamentação. “O leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento, tem melhor absorção dos nutrientes, é de fácil digestibilidade, é econômico, influencia no desenvolvimento do vínculo entre mãe e bebê, tem efeito protetor para várias doenças como diabetes, hipertensão, obesidade, alergia alimentar e beneficia o desenvolvimento cognitivo, a habilidade motora e visual”, destaca Giovanna, ressaltando que amamentar exige também aprendizagem. “A técnica correta da pega é a base do sucesso da amamentação. A mulher deve se sentar em posição confortável, o seio mais cheio deve ser o ofertado primeiro e sempre esvaziá-lo totalmente. O corpo do bebê deve estar encostado no corpo da mãe, o queixo encostado na mama, os lábios virados para fora, as bochechas cheias, o bebê abocanha toda ou a maior parte da aréola (não só o bico), o nariz deve estar livre e a criança engole o leite lenta e profundamente, sem emitir sons”.
Giovanna prossegue lembrando outras recomendações importantes às mulheres. “O uso de mamadeiras e chupetas pode levar à confusão de bico. Esse é um dos principais motivos que levam ao desmame precoce, ou seja, antes dos 2 anos de idade. É como se o bebê ‘desaprendesse’ a mamar, pois a forma como ele suga todos esses dispositivos é muito diferente da forma como ele suga o seio materno, podendo levar a essa confusão. Além disso, o processo de sucção não nutritiva ao seio promove estímulo ao sistema neuroendócrino, levando à produção de leite. Caso esse bebê faça a sucção não nutritiva pela chupeta, esse estímulo não será gerado. Recomenda-se que o bebê seja amamentado sem restrições de vezes, horários e de tempo de permanência na mama, ou seja, em livre demanda. Nos primeiros meses é normal que o bebê mame com frequência e sem horários regulares. Um bebê em aleitamento materno exclusivo mama em torno de oito a 12 vezes ao dia”, aponta.
A nutricionista comenta, por fim, uma dúvida comum a muitas mulheres quando estão amamentando. “Existe uma grande confusão em relação ao que a mulher que amamenta pode comer. A lactante pode tomar café, comer frutos do mar, amendoim, brócolis, ovo, feijão… Não pode comer o que faz mal a ela e ao bebê. Se o seu bebê não fica bem após você consumir algum alimento, evite este alimento. Nem todos os bebês reagem da mesma forma”, conclui Giovanna.
A nutricionista atende pelo telefone (22) 99877-0130.
