Quer ter um Shih Tzu?

Eles são onipresentes. Basta ligar a TV, assistir a um filme, ver uma série ou rolar a timeline do Instagram para logo se deparar com alguma cena ou imagem desses pequenos cãezinhos enchendo a tela de fofura. Estamos falando do Shih Tzu, uma das raças caninas mais adoradas pelo público em geral.
Conhecido justamente pela amabilidade, o Shih Tzu tem origem tibetana e é famoso por ser uma excelente companhia, não sendo considerado, assim, cão de caça ou esportista, contrastando com a origem do seu nome, que significa “pequeno leão”. O focinho achatado, junto ao semblante característico e as diferentes cores de pelagem (que também varia em tamanho) atraem muitos apaixonados por pets mundo afora.
Mas, como todo animal de estimação, o Shih Tzu requer cuidados na hora de adquiri-lo. Quem nos fala sobre o assunto é a médica veterinária Dra. Lina Goulart, da Procamp. Segundo ela, a primeira orientação é não separar o filhote da mãe antes da hora, já que isso pode gerar bastante dor de cabeça.
“O problema mais sério que ocorre quando o filhote é desmamado fora da época adequada é a coprofagia, que é comum no Shih Tzu e em muitas outras raças também, devido ao desmame precoce. Ele faz com que o filhote apresente uma baixa de imunidade, além de outros problemas. Às vezes o animal ainda nem tem dentinho direito e a pessoa desmama querendo dar mamadeira. Com isso, o aprendizado que é feito com a mãe até os dois meses se perde, fica deficiente e às vezes a gente cria um cachorrinho cheio de problemas. Tem muita gente humanizando os animais. Então, eles estão ficando cheio de tiques, de manias, advindas desse desmame precoce”, afirma Dra. Lina. “É um cachorro que não deve ser separado da mãe antes dos sessenta dias. O criador responsável deve ter esse cuidado”, acrescentou.
Segundo a veterinária, é preciso se atentar, também, para a vacinação. “No primeiro ano, a gente faz três doses de V8 ou V10. Se terminar antes dos quatro meses, você tem que fazer uma quarta dose. Há a antirrábica, feita com quatro meses também, ou 16 semanas, e, a partir de 16 semanas, a gente deve vacinar também contra tosse dos canis e contra giárdia, para diminuir a incidência de giardíase intestinal”, orienta. “A tosse dos canis ocorre muito no período do outono/inverno e quem teve um cachorro com esse problema nunca mais esquece. É uma tosse horrorosa e muito contagiosa. Por isso que se fala tosse dos canis, pois começava em um animal do canil e, de repente, o canil inteiro estava contaminado. É um vírus, chamado bordetella, para o qual existe vacina, podendo ser injetável ou via oral ou via nasal”, complementou.
Ao levar o filhotinho para casa, o dono deve ter o cuidado de fazer um pequeno enxoval, com caminha, comedouro, bebedouro e a ração apropriada. “Se você for comprar ou adquirir de algum criatório, é importante ver qual a ração que o animal estava usando para dar continuidade e você não interromper, pois o animal sente se mudar a ração de uma hora para outra”, alerta Dra. Lina. “É preciso arrumar um cantinho para ele dormir, comer e beber e arrumar também um espaço para colocar um jornalzinho ou um tapete higiênico, ou o Pipi Place, para ele aprender a fazer xixi e cocô no lugar certo também”, disse.
Os cuidados, entretanto, não terminam aí. “Na hora de viajar, esse cachorro tem que estar todo vacinado. Não se viaja com o animal antes de completar o esquema de vacinação. Ele deve ir no carro, dentro do transporte, passando o cinto de segurança pela alça do transporte para não ficar chacoalhando, pois às vezes, numa freada brusca, o animal pode cair no fundo do carro. É preciso também estar com a caderneta de vacinação em mãos para poder fazer a viagem. Importante lembrar ainda de levar a ração a qual o seu animal está habituado. Às vezes você vem de uma região para outra que não tem aquela ração e há outra ruptura, outro processo de continuidade, algo que o animal sente muito. E, se for para região de praias, não esquecer de fazer a vermifugação com vermífugo para combater a dirofilariose, um verme transmitido pelo mosquito que você encontra muito nas áreas de praia”.

Comprei o animalzinho!
Devo castrá-lo?

“Castrar é muito importante porque você evita as fugas dos machos e a fêmea não vai ter cio, nem fi car sujando a casa, além de evitar reações como a pseudociese, que é a gravidez psicológica”, explica a médica veterinária. “Isso sem falar no aleitamento, porque, às vezes, o animal não cruza, mas dá leite, achando que teve filhotinho. A cachorrinha pega um brinquedinho e fi ca achando que é o filhotinho dela. Aí leva para debaixo da cama e fi ca com aquilo o tempo inteiro. Sem dizer que, castrando, você evita as infecções uterinas e evita enormemente a incidência das neoplasias de ovário, de útero e tumores de mama. E, no macho, você evita fugas, atropelamentos, infecções de próstata, de testí culo, além das neoplasias de próstata e de testículo também”.