Excelência na formação médica

Desde que o Mania de Saúde passou a cobrir, in loco, o dia a dia do curso de Medicina da UniRedentor/Afya, ficou mais claro, para os nossos leitores, todos os processos que permeiam a formação médica, demonstrando toda a trajetória percorrida por esses profissionais até se habilitarem a atender à população. Foi assim que muitos conheceram, por exemplo, a história da acadêmica Ana Carolina da Costa Reis, que figurou na capa do nosso mensário, em outubro de 2018, quando foi eleita pela ONU para um programa de formação na área médica, que selecionou apenas 16 alunos de medicina em todo o país, demonstrando a qualidade do ensino da UniRedentor/Afya. Próxima a se formar, ela agora comenta tudo o que viveu durante o curso, atestando de vez a excelência do ensino médico em nossa região. Confira.

Mania de Saúde – Estando prestes a se formar, como você analisa toda a trajetória como acadêmica durante o curso? Quais foram os aspectos mais importantes dessa formação, na sua visão?

Ana Carolina da Costa Reis – Demorei anos para conseguir entrar na tão sonhada faculdade de medicina, e quando consegui, a gratidão foi tão grande, que eu prometi que iria fazer valer a pena cada segundo que estivesse dentro da instituição. Sendo assim, aproveitei todas as oportunidades que pude: monitoria, iniciação científica, ligas acadêmicas, projetos sociais, IFMSA Brazil, publiquei artigos e fui a congressos e workshops. Além disso, ainda tive que estudar muito para ser aprovada em todas as matérias, sem precisar fazer a tão temida V3, e assim fiz, e faria tudo novamente. Hoje, analisando tudo o que passou, acredito que o aspecto mais importante para eu ter tido a brilhante formação que estou tendo, foi a maturidade com que entrei no curso, eu sempre soube onde eu queria chegar, lutei e continuo lutando para isso.
Mania de Saúde – O foco na atenção básica foi, de fato, um diferencial? Como analisa o corpo docente?
Ana Carolina da Costa Reis – Sem dúvidas é o maior diferencial do curso. Hoje, estando inserida nos hospitais, trabalhando com os pacientes críticos, que é o que eu mais gosto de fazer, vejo que, talvez se eu não tivesse tido a formação que me deram, me mostrando desde o primeiro período da faculdade, a importância do SUS, a dificuldade das famílias brasileiras no acesso à saúde no nosso país e a necessidade de levar os princípios doutrinários (universalidade, integralidade e equidade) a todo e qualquer paciente, o atendimento que ofereço não seria o mesmo. O corpo docente é excelente em todos os aspectos e aproveito essa oportunidade da entrevista para agradecer a todos os professores, coordenadores e reitoria, por cada semente que plantaram em minha formação. Obrigada por passar um pouco do conhecimento científico e de vida de vocês para todos nós.

Mania de Saúde – Você fez parte de um programa de formação na área médica chancelado pela ONU. Como foi essa experiência e como avalia a preocupação científica ao longo do curso?

Ana Carolina da Costa Reis – Tive a oportunidade de participar dos dois Workshops de Formação de Liderança Profissional em Saúde Sexual e Reprodutiva, evento fruto da parceria entre a IFMSA Brazil e o Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA Brasil), em 2018 como participante e em 2019 como palestrante. Os eventos ocorreram em Brasília-DF, com participação de um aluno de cada região do Brasil, e a presença de participantes da Embaixada da ONU no Brasil, do Ministério da Saúde, de ativistas em Direitos Humanos, da Secretaria de Saúde do DF e também membros da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do DF. Estas foram, sem dúvidas, as maiores experiências que tive durante os 6 anos de faculdade. Sou muito grata por ter participado dos dois eventos, pois pude aprender e discutir com os maiores especialistas de saúde sexual e reprodutiva do Brasil. Os assuntos discutidos não são abordados no currículo do curso de medicina na maioria das vezes e poucos estudantes têm acesso ou estão abertos a discutir: como a saúde do público LGBTQI+ e os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Fruto dessa experiência, surgiu o I Simpósio de Atenção Integral à saúde sexual e diversidade de gêneros na UniRedentor em 2019, onde pude propagar os ideais a mim apresentados, com convidados palestrantes de todo o Brasil, para outros estudantes e futuros médicos. Precisamos ver com clareza as necessidades de cada população para poder prestar e garantir os direitos em saúde de forma eficaz e igualitária.

Mania de Saúde – Quais os planos daqui para frente e o que espera da profissão?

Ana Carolina da Costa Reis – Essa pergunta para mim é a mais difícil de responder, pois esta fase de transição que estou entre ser acadêmica e médica é uma fase de mistura de sentimentos como medo, insegurança, gratidão e felicidade. Tenho muitos planos, como passar na tão sonhada residência em Medicina de Emergência, trabalhar, ajudar minha família, e tantos outros sonhos que aquecem o meu coração. Mas o maior deles, sem dúvidas, é nunca perder essa humanização que a UniRedentor plantou dentro de mim, nunca esquecer de onde eu vim e tudo que passei para chegar até aqui. Eu espero que esta profissão que me escolheu, me use para cuidar e ao menos confortar cada paciente a quem eu tocar nesta vida.

Prestes a se formar, a acadêmica Ana Carolina da Costa Reis figurou na capa do Mania de Saúde, em 2018, ao ser eleita pela ONU para um programa de formação na área médica