
Para algumas pessoas, ele é apenas o nome de uma região da Inglaterra. Mas, para outras, ele é, antes de tudo, um bichinho ágil, esperto e que esbanja fofura e carinho por onde passa. Afinal, quantos apaixonados por pets não pensam em ter um filhotinho de Yorkshire, um dos cãezinhos mais procurados da atualidade?
Para isso, no entanto, é necessário tomar alguns cuidados na hora de escolher o filhote, tanto para garantir uma escolha acertada, quanto para evitar transtornos à família e, claro, ao próprio animalzinho. Quem nos dá mais detalhes sobre o assunto é a médica veterinária Dra. Lina Goulart, da Procamp, que destacou as medidas mais importantes na hora de adquirir o cãozinho.
“Um dos principais cuidados ao escolher um filhote, tanto para o Yorkshire, quanto para as outras raças, é conhecer os pais. É necessário saber como se comportam, se eles são dóceis, se são obedientes, porque, depois que você compra o filhote, pode estranhar alguns hábitos que por ventura não esperava. Mas isso poderia ter sido visto ao conhecer os pais para averiguar como eram. Outra medida importante é estudar um pouquinho as características da raça. Por exemplo: o Yorkshire tem a pelagem azul aço e canela, podendo ficar prateado depois de mais velho. Quando abre o pelinho, aquele meio fica prateado ou dourado, loirinho, como a gente costuma dizer. Mas é preciso conhecer antes para, depois, não ter surpresas não muito agradáveis”, diz Dra. Lina. “Às vezes o comprador queria um cachorrinho de orelha em pé, por exemplo, mas o dele não fica. Se visse que o pai e a mãe dele também não tinham, entenderia o porquê”, orientou.
Depois de escolher o filhote, portanto, é hora de pensar na vacinação. Dra. Lina explica como ela se dá. “Ao adquirir um filhotinho, você deve saber que, antes de ter completado todo o esquema de vacinação, esse cãozinho não deve ir para banho e tosa, não deve ir na rua, nem em casa de quem tenha cachorros. Porque ele ainda é um animalzinho desprotegido. Quanto à vacinação em si, o normal é começar de 45 a 60 dias com a primeira dose de V8 ou V10 e, de 21 a 30 dias, fazer o primeiro reforço, e, de 21 a 30 dias, o segundo reforço, terminando o esquema de vacinação com quatro meses. Se você terminar antes, se o cachorrinho for vacinado na primovacinação com uma vacina Puppy, por exemplo, vai terminar antes dos quatro meses e você fará uma quarta dose”, afirma Dra. Lina. “Com quatro meses, a gente faz também a antirrábica e, depois, a vacina contra a giárdia e contra a tosse dos caninos, ou bordetella, ou pneumo, que é a vacina feita a partir de quatro, cinco, seis meses e evita aquelas crises de tosses recorrentes que alguns animais têm, principalmente nessa época de outono e inverno”.
Para alimentar o animal, segundo a veterinária, também não há mistério. “Existem as rações próprias para a raça Yorkshire e temos também a ração de raças pequenas, que pode ser adaptada a eles, além da ração de ambientes internos, se o animal fica dentro de apartamento, porque diminui o volume e odor das fezes. Ele vai comer a ração de filhote até um ano. De um ano a sete, já é a ração de animal adulto e, acima de sete anos, a ração para animal sênior. Depois de 10 ou 12 anos, já começa a ração de paciente geriátrico, que vai atender às necessidades do animal na velhice, nessa fase acima de 10 anos, pois estamos tendo muitos cãezinhos, principalmente de raças pequenas, vivendo muito mais”.
Por falar em envelhecer, Dra. Lina dá algumas dicas sobre o animal. “Os problemas mais comuns no processo de envelhecimento seriam uma catarata, um problema articular, pois o cãozinho que fica mais velho tem problemas de articulação na hora de levantar de manhã. Outra característica que a gente vê muito em Yorkshire é o cachorrinho ficar obeso. Com o passar dos anos, ele ganha 1 kg, 2 kg e, para uma raça pequena, isso é muito. Então, a gente tem que tomar cuidado para o cachorro não ficar obeso, se não vai piorar a situação dele para andar, para brincar, passear, porque o cachorro obeso não aguenta muito bem esse tipo de coisa, não vai mais interagir dentro de casa, porque ele está pesado e vai doer as articulações também”.
Quanto a outras características da raça, Dra. Lina lembra que o Yorkshire é um cão que late bastante. Então, o dono tem que saber que pode incomodar os vizinhos. “É importante educar desde cedo, não deixar ele muito sozinho ou, quando sair de casa, deixar um radinho ligado, um brinquedinho interativo, para ele se entreter e não ficar latindo, incomodando os vizinhos. Outro problema que a gente vê muito na raça, sempre que desmama e quando ele está mais velho também, são as dermatofitoses. As dermatites causadas por fungo, que são muito comuns na raça Yorkshire. No mais, é uma das raças preferidas na atualidade, porque são cães muito amáveis, muito ágeis e muito amorosos, então, as pessoas ficam sempre apaixonadas pelo Yorkshire. Eles se adaptam muito aos hábitos dos tutores e gostam muito de passear. É uma característica muito agradável da raça, porque eles são sociáveis, muito bonitinhos e todos adoram”.