É impressionante como as mídias sociais conseguem influenciar intensamente a rotina do público e como essa desenfreada onda de desinformação e dependência tem impactado a saúde das pessoas”. O alerta feito à nossa reportagem pelo médico e professor Dr. Cláudio Cola nunca foi tão oportuno. Afinal, basta alguém acessar o Facebook ou o Instagram para logo se deparar com postagens sobre “dietas de sucesso” ou métodos para “perder quilos em poucos dias”, não é mesmo?
Mas a verdade é que, em um tempo marcado pela propagação de fake news e boa parte do público mantém o hábito de se automedicar sem nenhum acompanhamento profissional, acreditar em tais conteúdos e encarar a dieta como algo padronizado é um risco direto à nossa saúde e à nossa qualidade de vida, como afirma Dr. Cláudio Cola. “Não há e nunca haverá um protocolo, um padrão, uma dieta ou uma receita que sirva para tudo e para todos. Um dos aspectos mais fascinantes da Medicina é que ela precisa respeitar as individualidades e, por isso, uma mesma doença, como a obesidade, se manifesta de forma diferente em diferentes tipos de pessoas, sendo impossível que um questionário onde você informa o que prefere comer, qual seu tipo de trabalho e quantas horas de exercício faz, possa te oferecer uma solução final pronta e eficaz. Para obter uma dieta adequada, portanto, é fundamental rastrear e identificar quais são as deficiências nutricionais e as principais peculiaridades metabólicas de cada um”, afirma o médico. “É uma anamnese bem-feita, e não um questionário padrão, que será capaz de identificar o gasto calórico diário do indivíduo, porque até elementos como se o carro dele tem vidro elétrico ou não, ou se é automático ou não, podem influenciar neste cálculo, caso ele fique 3 a 4 horas dirigindo, por exemplo”, acrescentou.
Dr. Cláudio detalha, nesse sentido, como a medicina tem auxiliado as pessoas a seguirem uma dieta adequada. “Em relação a exames, hoje temos muitos recursos simples, práticos e acessíveis para identificar distúrbios metabólicos determinantes para uma boa resposta ao tratamento nutricional. Já realizamos hoje, durante a consulta mesmo, com uma pequena amostra de Urina e em menos de 5 minutos, a realização, de forma rápida, segura e comprovada, das dosagens do nível de Disbiose, que o perfil de inflamação intestinal que, estando elevado, gera doença autoimunes e alergia alimentar; ou do Stress Adrenal, que indica o impacto do estresse no perfil hormonal e que facilita a obesidade e a resistência à insulina, ou do Stress Oxidativo, que informa como o organismo está reagindo ao estresse metabólico. Faz parte da rotina diagnóstica também o exame de identificação do Perfil Fisiológico e Patológico, realizado também no consultório, através de um software específico que usa quatro tecnologias (Pletismografia Fotoelétrica, Variabilidade da Frequência Cardíaca, Resposta Galvânica da Pele e Bioimpedância em modo Tetrapolar) e, em menos de 5 minutos, fornece de forma segura, indolor, eficaz e comprovada, informações como o ritmo do metabolismo; nível da atividade cerebral; tendência à doenças cardíacas, diabetes e resistência à insulina; estimativas dos níveis dos principais neurotransmissores; nível de propensão ao déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e muitos outros. Finalmente, completa-se essa análise com a tecnologia de análise de impedância bioelétrica, através do Monitor de Composição Corporal que, utilizando 8 eletrodos e fornecendo 19 leituras, indica a reposta metabólica segmentar (braços, pernas e área do tronco) para que você possa ver exatamente como seu corpo está respondendo às mudanças específicas de treinamento e estilo de vida. Nessa avaliação multifatorial, preconiza-se fazer essa análise de forma sequencial e seriada, usando um método de cada vez, em cada consulta, a cada 30 dias, para que assim, a cada 90 dias, tenhamos os resultados de cada tipo de análise, e se faça a análise comparativa e evolucional do tratamento, com os ajustes necessários”, explica o médico.
Ele destaca, ainda, os diferenciais desse tipo de atuação e como ela repercute na qualidade de vida do paciente. “Essa abordagem é completa por preconizar três pilares fundamentais para a avaliação metabólica e nutricional: o padrão oxidativo, analisado pelas dosagens urinárias; o preventivo, analisado pela análise do perfil, e o constitucional, realizado pelo monitor de composição corporal. Todos estes dependem diretamente de fatores genéticos e ambientais, mas todas essas características podem ser moduladas com formulações e nutrientes a partir de análises epigenéticas, que mudam o comportamento de um determinado gene, sem mudar seu DNA, ou nutrigenômicas, que se vale da influência dos alimentos sobre a atuação dos nossos genes. O método avaliativo variado e sequencial permite a rápida identificação das peculiaridades metabólicas do paciente e a influência da genética nessas e, bem longe de ser uma avaliação impessoal, mecanizada, com receitas e dietas padronizadas, perigosas e ineficazes, permite e garante o fino ajuste individual e sequencial na sua terapêutica, permitindo não só a definição da melhor dieta, como também a manutenção. Não há, então, como comparar os benefícios para a sua qualidade de vida oferecido por um tratamento pessoal, completo e preventivo, com os riscos de outros métodos que, na verdade, estão muito mais direcionados para a ‘saúde e o bem-estar financeiro’ de quem os propaga, do que com você mesmo”.
“Em relação a exames, hoje temos muitos recursos simples, práticos e acessíveis para identificar distúrbios metabólicos determinantes para uma boa resposta ao tratamento nutricional…”