
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é sempre uma grande oportunidade para ressaltar todas as conquistas obtidas pelo público feminino ao longo da história. Mas é, também, um momento oportuno para abordar a saúde da mulher, especialmente em um mundo onde elas estão cada vez mais ativas no mercado de trabalho e a própria medicina avança no combate a diversos problemas que acometem as mulheres.
A Organização Mundial da Saúde, por exemplo, já ressaltou, por meio de campanhas, a necessidade de ampliar o olhar sobre a saúde da mulher de uma forma geral, levando-se em conta a incidência de diversas patologias na atualidade. Nesse sentido, ao mesmo tempo em que é necessário alertar para a consulta ginecológica anual, bem como os exames de rastreio de câncer de mama, é importante lembrar que existem vários outros aspectos da saúde feminina que também exigem atenção e acompanhamento.
Para se ter uma ideia, de acordo com a Sharecare Brasil, plataforma especializada em saúde, além do câncer de mama, HPV e câncer de colo de útero, problemas como depressão, osteoporose e varizes estão entre os mais comuns entre as mulheres com capacidade laborativa no país. Da mesma forma, um estudo da Orizon, empresa especializada em dados de saúde suplementar no Brasil, aponta que os problemas no aparelho respiratório, no aparelho urinário, doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, doenças infecciosas e parasitárias, problemas no aparelho digestivo e no aparelho circulatório estão no ranking das doenças que mais levam as mulheres brasileiras com plano de saúde ao hospital.
Para abordar um pouco essa realidade, o Mania de Saúde ouviu o médico angiologista e cirurgião vascular Dr. Guilherme Barrocas. Ele destaca como enxerga a saúde da mulher na atualidade, além de responder se elas têm se preocupado mais em cuidar da saúde de uma forma geral ou só quando sentem algum problema. “É, de fato, uma constatação histórica de que as mulheres procuram mais os médicos do que os homens. Inclusive, quando eles procuram um médico, o fazem em boa parte por influência de uma mulher. Isso não é diferente em nossa especialidade. Entre as principais causas de mortalidade feminina estão as doenças ligadas ao aparelho circulatório, como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto, que, inclusive, estão atingindo mulheres cada vez mais jovens. É preciso alertar quanto aos fatores de risco clássicos, como hipertensão, dislipidemia (que é o colesterol desregulado), diabetes, tabagismo, obesidade e sedentarismo”.

Dr. Guilherme revela, também, como tem sido a demanda em sua especialidade. “Tudo começa com o check-up vascular. Entre 20 e 40 anos, a atenção é direcionada para o sistema venoso. Dores nas pernas, inchaço e sensação de peso representam sintomas característicos da insuficiência venosa e das varizes. A partir dos 50 anos, o sistema arterial deve ser avaliado com detalhes. Placas de gordura podem se formar em nossas artérias, prejudicando a circulação das pernas, das carótidas e dos principais órgãos do corpo”, afirma o médico, destacando como o avanço da tecnologia tem beneficiado a especialidade. “Hoje o Eco Doppler vascular é o melhor exame de rastreio na avaliação do sistema circulatório das nossas mulheres. Além de rápido e não invasivo, ele pode ser realizado no próprio consultório. Doenças como ‘má circulação’, varizes, trombose venosa profunda, aneurismas, doença das artérias carótidas e todas as demais alterações que acometem o sistema circulatório podem ser diagnosticadas com o ultrassom Doppler”, destacou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, adotar uma alimentação saudável, ter uma boa qualidade de sono, fazer atividade física e manter um acompanhamento médico regular é uma das melhores formas de obter qualidade de vida e prevenir a maior parte das doenças. Consulte o seu médico e se cuide!