Você já está utilizando o Pix?

A economista Crystall Enya
Desde que foi regulamentado pelo Banco Central, no segundo semestre de 2020, o Pix facilitou a vida de milhares de pessoas em todo o país. Mas, apesar de o novo sistema de pagamentos ter caído rapidamente no gosto dos consumidores, boa parte do público ainda desconhece os benefícios dessa novidade, fazendo com que alguns tenham até resistência em utilizá-lo. Os especialistas, contudo, ratificam a importância dessa nova alternativa de pagamentos, que veio para inovar – e otimizar – a rotina do público. É o que diz, ao Mania de Saúde, a economista Crystall Enya. “Vejo a chegada do Pix de forma extremamente positiva. Encaro como uma renovação no sistema bancário brasileiro, pois além de facilitar o envio de recursos de um titular para outro, podendo ser usado por pessoas físicas ou jurídicas, ele é uma evolução dos mecanismos antigos e amplamente utilizados. Isso porque o mercado bancário, nessa nova modelagem, viabiliza uma redução de custos para o consumidor, que agora se beneficia em processos que antes eram custosos, tanto por uma perspectiva financeira, quanto por uma perspectiva de tempo/facilidade”, afirma Crystall. “Com isenção do pagamento de taxas, o Pix permite transações instantâneas, 24h por dia, inclusive nos finais de semana e feriados. Nesse processo, o consumidor também se beneficia com a chegada de novos concorrentes e o acirramento entre esses, estimulando melhorias entre os bancos comerciais e gerando novas possibilidades com pluralidade em um cenário que ainda é bem concentrado nesse aspecto”. Podendo substituir a TED e DOC, que tinham taxas “consideráveis”, o Pix, segundo ela, também influencia a economia e as finanças em sua totalidade. A aderência à nova ferramenta do sistema financeiro gera uma repercussão direta nos negócios. “Basta notar que, dentre os modelos tradicionais já existentes – como TED, DOC, boleto, cheque, cartões e dinheiro em espécie – o Pix permite segurança, redução de custos (como nas mensalidades das máquinas utilizadas para cartão de crédito e débito, conciliações e etc.) e sobretudo uma liquidação que é imediata. A economia gira de forma mais leve e dinâmica. Fica mais um desafio ao banco tradicional, que já enfrentava a crescente dos bancos comerciais digitais, e que, por sua vez, possuem custos operacionais menores e acabam onerando menos o cliente na manutenção da conta e tarifas de transferências”, conta a economista. “Agora, estima-se que uma parcela menor (e ainda conservadora) continue nos modelos já conhecidos. Ainda assim volto a falar que, com novos ‘jogadores’ no sistema bancário, a projeção é de redução na taxa de spread e, consequentemente, um declínio na taxa de juros”. Mesmo com tantas facilidades, porém, muitas pessoas ficaram confusas com a implementação do Pix. A economista esclarece o assunto. “Algumas dúvidas chamam atenção desde a divulgação do Banco Central. Posso destacar algumas, até mesmo como forma de sanar estas com o leitor do Mania de Saúde. Pois bem, como dito anteriormente, a ferramenta é disponível para pessoas físicas e jurídicas, com transações tarifadas em casos específicos. Apesar do TED e DOC se tornarem ainda mais obsoletos, eles continuam operantes. A diferença do ‘velho para o novo’ está principalmente: na ausência de restrições de horários (TED e DOC pode levar um dia útil); o Pix não exige conta bancária, funcionando também com carteiras digitais, as fintechs (como o PicPay e Mercado Pago); e com o Pix não é necessário informar todas as informações (banco, agência, número da conta e documento do recebedor), operando com um endereço (chave), que é suficiente para a transação”. Mas aqueles que possuem uma conta-corrente convencional e também uma conta digital deverão fazer o Pix para as duas? A economista responde. “O cliente não precisa definir uma instituição financeira como a principal. Com a nova ferramenta, o usuário pode cadastrar chaves Pix em todas suas contas, com o limite de 5 chaves por conta bancária, se pessoa física, e 20 chaves distintas caso enseje pessoa jurídica. É legal se atentar ao fato de que não é possível cadastrar a mesma chave Pix em mais de um banco. Em tempo, o cliente pode vincular todas as suas chaves (número de celular, CPF, e-mail) a uma única conta bancária, e assim, um pagador pode efetuar o pagamento por meio de qualquer uma dessas chaves”. Crystall lembra que é normal o receio e dúvidas quanto à segurança do novo meio, principalmente até que ocorra a aderência a este. “Todo o processo é acompanhado por motores e marcadores antifraude, autenticação e criptografias, mas fica o cuidado do usuário. Para realizar o cadastro, vá às plataformas do banco, veja os procedimentos de cadastramento e siga as instruções. Durante o mesmo, não é solicitado número de cartões ou de contas bancárias. Sempre utilize as plataformas oficiais e não clique em links que são enviados por e-mail, SMS, ou WhatsApp, sem que se saiba a procedência. Caso o Pix seja realizado por QR Code, sempre conferir se os dados coincidem. Em suma, são cuidados que envolvem qualquer operação financeira nos dias de hoje e garantem maior segurança para o usuário”.