Nas últimas décadas, o mercado de trabalho brasileiro passou por inúmeras transformações, mas uma de suas mais conhecidas exigências continua em vigor: a necessidade de profissionais cada vez mais qualificados. Afinal, foi-se o tempo em que o diploma de graduação era suficiente para garantir um espaço a quem estivesse à procura de emprego. Hoje em dia, a formação contínua é que garante – e chancela – a construção de uma carreira de sucesso.
Vide o caso da medicina. Se até poucos anos atrás bastava um diploma de graduação para um médico desenvolver o seu trabalho, hoje ele precisa estar cada vez mais atualizado dentro da profissão, seja prosseguindo com sua formação acadêmica, seja se especializando por meio de residências médicas, além de simpósios e congressos, para se antenar a todas as novidades da área e, com isso, garantir o melhor atendimento ao público.
É nessas horas, por exemplo, que o conceito de educação continuada faz toda a diferença para os mais variados profissionais, permitindo que eles consigam traçar uma carreira com mais perspectiva de sucesso. É o que nos conta André Raeli, ex-reitor da UniRedentor e hoje Diretor Nacional de Educação Continuada da Afya, maior grupo de faculdades de Medicina do país, que elevou a formação médica brasileira a um outro nível, fazendo da atenção dada aos alunos um dos pilares desse sucesso.
André explica, nesse sentido, como o conceito de educação continuada muda todo o olhar sobre uma carreira, em comparação com outras épocas. “O que é educação continuada? É todo o processo de construção do conhecimento. Ou seja: você se forma, mas não há um aprendizado estanque, porque você não para de aprender na hora em que recebe um diploma. Muito pelo contrário. Você continua estudando até o último dia de atuação, até o último dia de sua vida profissional. Posto isso, cheguei na Afya para desenvolver e fomentar esse conceito de educação continuada em medicina. A Afya é uma instituição de educação e tecnologia em saúde, mas extremamente vocacionada para a área médica. É isso que ela se compromete a entregar, num conceito muito forte de Long Life Learning, que é esse aprendizado contínuo ao longo da vida, onde a educação continuada obviamente faz todo o sentido, uma vez que ela perpassa por cursos de aprimoramento, pós-graduação, mestrado, doutorado e, na área de medicina em específico, pelas residências médicas e assim sucessivamente. Portanto, trata-se de um misto de conteúdo, um misto de aprimoramento, que esse médico precisa perpassar ao longo da vida, para se tornar o melhor profissional em seu ramo de atuação”.
André Raeli, aliás, é uma prova viva desse conceito. Depois de se graduar em Engenharia Civil com ênfase em Produção pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e fazer pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho pela então Faculdade Redentor (2009), MBA em Gestão Acadêmica e Universitária pela Georgetown University, pós-graduação em Gestão Educacional em IES pela Faculdade Redentor, mestrado em Engenharia de Produção pela UENF e doutorado em Cognição e Linguagem pela mesma universidade, Raeli atravessou os mais diferentes cargos no ramo educacional, tendo ampla experiência na Gestão Acadêmica e conquistado significativos resultados em avaliações institucionais, autorizações/reconhecimentos de cursos, em especial Medicina, curso ao qual ele foi um dos idealizadores enquanto estava na UniRedentor, onde chegou à reitoria, cargo máximo da instituição.
É com essa experiência que ele chegou à Afya, cuja expansão na área médica ilustra o potencial desse mercado para os próximos anos. “A Afya já tinha adquirido o IPEMED, que tinha 5 sedes, mas a gente já está expandindo para 11, totalizando 11 capitais no país, depois de um grande estudo de demografia médica. Os dados, inclusive, mostram que o número de médicos mais que dobrou nesses últimos anos. Em 2017, o Brasil formava 15 mil médicos e, atualmente, está formando mais de 30 mil, enquanto o número de residências médicas se manteve. A área de medicina, porém, tem mais de 55 especialidades médicas e o médico se forma generalista, para depois ir perpassando pelas fases de especialização até que ele vire um especialista. Diante dessa realidade, a gente precisa chegar com um conceito disruptivo de educação continuada, para que consigamos lapidar esses médicos generalistas que chegam ao mercado”.
Raeli lembra, por fim, que todas as áreas podem – e são – contempladas pela educação continuada. “Esse princípio de passar a vida aprendendo permite que você se torne um profissional melhor e entregue, para o seu paciente, ou para o seu cliente, dependendo da área, um serviço de muita qualidade. E, na medicina, é um caminho sem volta, haja vista o número de médicos que chegam ao mercado e as demandas e mazelas sociais de nossa população. Foi o que vimos, por exemplo, nessa pandemia, que nos engessou há nove meses e sobre a qual havia poucas informações. Uma prova inconteste do quanto ainda temos a desbravar nessa área. É isso o que buscamos fazer, visando sempre o melhor para cada aluno”.
Texto produzido em 24/11/2020