Salve a sua visão!

OMS alerta para a consulta regular com o oftalmologista

A segunda quinta-feira do mês de outubro foi uma ocasião especial para a área da oftalmologia. É nela que se celebrou o Dia Mundial da Visão, data instituída pela Fundação SightFirst de Lions Club International Foundation, em 2000, para fomentar a conscientização sobre a cegueira e a deficiência visual no mundo. Este ano, segundo o site da organização Retina Brasil, o tema escolhido foi “Esperança na Visão”, tendo como ob jetivo destacar a importância da consulta de rotina com um médico oftalmologista, especialmente para as pessoas com mais de 50 anos e para pacientes com Diabetes. O motivo é que a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e a Retinopatia Diabética são doenças graves, que podem levar à perda irreversível da visão. O alerta vem a calhar em um tempo onde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas têm algum tipo de cegueira, sendo que 80% dos casos poderiam ter sido evitados, reforçando assim a necessidade de prevenção e dos cuidados com a visão. A fim de fomentá-los, o Mania de Saúde ouviu o médico oftalmologista Dr. Guilherme Camillo, do Centro de Olhos de Campos, que ressaltou os avanços obtidos pela medicina no diagnóstico e no tratamento dessas doenças. “A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), a Retinopatia Diabéti ca e as causas vasculares são os problemas que acometem a retina que mais provocam cegueira. Tanto é que a DMRI e o diabetes são as duas maiores causas de cegueira no mundo. Por isso que todo diabético, todo paciente que tem DMRI, precisa ser acompanhado a cada 60 dias pelo oftalmologista. Sendo que hoje existem vários tratamentos modernos para essas doenças”, afirma o médico. “Para o diabetes, existe o laser e as injeções de anti-VEGF, um remédio que diminui a reação inflamatória que o diabetes provoca no olho e diminui o líquido que é acumulado na retina. Essa mesma injeção é usada também para a degeneração macular. Até porque a DMRI tem duas abordagens: a forma seca, que você não trata, e a forma úmida, que você trata. Quando ela é úmida, enchar ca a região da mácula e o tratamento é realizado com essa injeção. Sem falar nos edemas de mácula, que são provocados por outras causas, por oclusões vasculares, por inflamações, por infecções, entre outras, que também são tratadas com esse recurso. A injeção de anti-VEGF foi o grande avanço do tratamento da retina nos últimos 10 anos e tem beneficiado inúmeros pacientes em todo o mundo”. Outro grande benefício para esses pacientes, nos dias de hoje, é o diagnóstico, que tem avançado cada vez mais no uso da tecnologia, como lembra Dr. Guilherme. “Com os novos equipamentos disponíveis hoje, é possível detectar muito mais precocemente as patologias que antes você não conseguia. Nesse contexto, temos a Tomografia de Coerência Óptica (OCT), além da Angiografia Sem Contraste (OCTA), que vê as neovascularizações provocadas por algumas patologias na coroide, que às vezes em outros equipamentos você não conse gue detectar. Há também os aparelhos de Eletrofisiologia, os eletrorretinogramas, os potenciais visuais evocados, além do aparelho que fotografa o fundo de olho sem dilatar a pupila, na chamada análise não midriática da retina, no aparelho chamado Daytona, uma tecnologia inovadora que temos aqui e da qual somos referência na região. E há, ainda, os exames antigos, que continuam sendo feitos, como a angiografia, o ultrassom, a retinografia, entre outros. Tudo isso mostra que o arsenal de exames e de tratamentos, hoje, é enorme. Basta citar que já está liberado pela Anvisa, mas ainda no início, o tratamento de terapia genética para alguns tipos de doenças genéticas da retina. É uma coisa muito específica, mas que demonstra muito bem o avanço no tratamento das patologias da retina na atualidade”. Tendo em vista o fenômeno do envelhecimento popu lacional, bem como a prevalência do diabetes na sociedade moderna, é extremamente importante que a DMRI e a Reti nopatia Diabética sejam cada vez mais diagnosticadas, para evitar o avanço da cegueira no mundo. “São patologias que tendem a aumentar nesse contexto, até porque acometem mais os idosos, principalmente a DMRI. O diabetes não, ele acomete qualquer faixa etária, mas a DMRI atinge o público idoso. E, com esse problema da pandemia, muitas pessoas ficaram mais em casa, comprometeram mais a dieta e, con sequentemente, descontrolaram mais o tratamento. Isso foi um problema, porque a gente tem recebido pacientes que estavam mais controlados antes, mas agora estão um pouco descontrolados, precisando tratar novamente. O importante, no caso do paciente diabético, é fazer o devido acompanha mento e controle desta doença. E tanto ele, quanto os outros pacientes, precisam realizar essa consulta periódica a cada 60 dias com o oftalmologista, como preconiza a Organização Mundial da Saúde”, finaliza Dr. Guilherme.