As lesões por pressão (LPP), ferimentos com grande impacto social, são vulgarmente chamadas de “escaras”, que é um dos estágios desse tipo de lesão. Dentre os riscos de desenvolvimento de LPP podemos ressaltar a hipertensão arterial sistêmica, diabetes, perdas de sensibilidades, imobilização, perda de continência fecal ou urinária, deficiências nutricionais, anemias, índice de massa corporal muito alto ou muito baixo, doenças circulatórias, doença arterial periférica, uso de corticoides, tabagismo e etc.
Conversamos com a enfermeira Dra. Angela Amaral, da Só Pele, que conta mais sobre o assunto. “De acordo com sua profundidade, ou seja, quais estruturas já foram comprometidas, se faz a classificação da LPP, que se dá em estágios que vão de I a IV, de uma vermelhidão epidérmica até a necrose de estruturas como músculos, tendões e ossos. Com o aumento da população idosa, enfrentamos desafios relacionados à saúde, como a maior utilização do Sistema Único de Saúde devido ao próprio processo natural de envelhecimento. Dentre as alterações corporais em virtude do envelhecimento, estão as alterações dermatológicas. A pele do idoso se torna mais delgada, delicada e muito mais propensa a sofrer alterações como as lesões por fricção e as LPP. A LPP é um problema de saúde pública altamente complexo, multifatorial e de alto custo, estão frequentemente localizadas sobre uma proeminência óssea, resultantes da pressão ou da combinação entre esta e forças de cisalhamento. Estudos recentes demonstram que 42% dos pacientes internados, sejam em unidades clínicas, cirúrgicas e ou terapia intensiva evoluem para LPP e, quando são desospitalizados, prosseguem em Home Care e são acompanhados por profissionais especializados ou seus familiares, que assumem os cuidados integralmente. É importante ressaltar que alguns autores consideram o aparecimento da LPP como iatrogenias secundárias a falhas no processo de cuidar, em razão de existir, na atualidade, inúmeras medidas preventivas para o problema, bem como uma variedade de inovações tecnológicas para sua terapêutica”.
Dra. Angela prossegue falando sobre o tratamento do problema. “Dentre as tecnologias disponíveis capazes de otimizar o processo cicatricial acelerando a granulação e consequentemente sua epitelização, destacamos a terapia por pressão negativa VivanoTec Pro. A lesão é submetida a uma pressão subatmosférica que varia de acordo com a quantidade de exsudato e processo inflamatório da lesão. A Terapia por Pressão Negativa (TPN), que promove sua cicatrização em meio úmido, é composta por uma espuma, por meio da qual a pressão subatmosférica é aplicada e o exsudato é removido. Com a utilização de TPN em LPP, conseguimos, em dias, resultados que só seriam possíveis após meses de tratamento. A lesão por pressão é apenas uma das possibilidades de utilização da TPN, que vai da prevenção ao pós-operatório de inúmeros enxertos”, finaliza.