Como manter o foco estudando em casa?

Disciplina é uma das palavras-chave para estudar em casa

Este mês é dedicado a mestres e aprendizes, ou seja, todos nós, que sempre temos algo a ensinar e, constantemente, aprendemos algo que não sabemos. Nesses tempos estranhos onde nos reinventamos às pressas, o Mania de Saúde conversou com Catarina Muniz Ferreira, proprietária do Colégio Único em Itaperuna, com o intuito de compartilhar algumas dicas para ajudar a manter o foco nos estudos em casa e como a família pode auxiliar nesse processo.
A primeira dica que ela dá é a Disciplina. “Estabeleça sempre os mesmos horários para os estudos, quando possível, deixando claro para familiares e amigos de que, naquele determinado horário, você não poderá atendê-los. Escolha um local adequado para estudar e evite alterá-lo. A constante mudança pode causar eventuais distrações, tirando o foco. Monte cronogramas e siga-os, evitando improvisos. Através de um calendário escolar de avaliações e tarefas, monte uma agenda para distribuir os conteúdos revisando-os constantemente e sem acúmulos para não se complicar nos estudos. Defina prioridades. Conteúdos mais fáceis e agradáveis ao aluno podem ser revisados depois que os mais complicados forem amplamente exercitados e assimilados. Escreva bastante. As tecnologias estão aí para nos auxiliar e são bem-vindas e importantes. Não obstante, não abra mão de escrever, e muito. O segredo não está em quanto se estuda, mas como se estuda. O NTL Institute, em Bethel, no Maine (EUA), propôs a famosa Pirâmide do Aprendizado que mostra que ensinar é aprender. Ela propõe que métodos participativos são mais efetivos em comparação aos métodos passivos e ordena métodos de acordo com a taxa de retenção do conhecimento ensinado, afirmando o quanto aprendemos, dessa forma: 5% quando assistimos palestras/aulas; 10% quando lemos; 20% quando ouvimos e vemos (exceto palestras/aulas); 30% quando observamos uma demonstração; 50% quando discutimos com outros; 75% quando fazemos; 90% quando ensinamos aos outros. Conforme Confúcio, “O que eu ouço eu esqueço. O que eu vejo eu lembro. O que eu faço, eu entendo’. Faça pausas. Você não é uma máquina. Cada coisa em seu tempo. Exercite-se e alimente-se bem, respeitando a máxima “Corpo são em mente sã'”, afirma.
Por fim, Catarina destaca o imprescindível auxílio familiar. “Saiba que criança necessita e busca referência nos adultos, e os pais são, geralmente, o espelho escolhido pelos pequenos. Apesar da correria e escassez de tempo, quando os filhos podem contar com a presença de seus responsáveis para auxiliá-los nas tarefas escolares, a possibilidade de haver uma absorção do conteúdo pode ser bem maior. Nesse contexto, é importante que os pais compreendam a necessidade da criança e o estágio específico de aprendizado do pequeno. Sejam pacientes. Evitem pressionar para que eles saibam determinado assunto, sempre incentivando para que o conteúdo seja absorvido. O equilíbrio e a confiança devem estar sempre presentes para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de forma harmônica e efetiva. Utilize uma maneira dócil na hora de explicar; conheça os personagens favoritos deles e os adote nos exemplos; escolha objetos coloridos para estimular a atenção dos mais novos; disponha de aplicativos pedagógicos presentes em tablets e smartphones. Quando a criança pode contar com o acompanhamento familiar na tarefa escolar, o seu rendimento tende a se superar em cada etapa. O segredo é estabelecer a parceria entre os pequenos e nós, pais, professores e demais profissionais. Sigamos firmes, sejamos aprendizes e mestres!”.