

O HPV é a sigla em inglês para o papilomavírus humano, capaz de infectar pele ou mucosas. Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV e, destes, cerca de 40 tipos podem se espalhar via contato sexual para as áreas genitais, assim como boca e garganta. É a infecção mais comum transmitida sexualmente nos Estados Unidos e, provavelmente, na grande maioria dos países. É, também, o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Muitas pessoas vão estar expostas ao HPV durante a vida. Cerca de 10% dos homens e 3,6% das mulheres têm HPV oral. A infecção pelo HPV é muito frequente, mas transitória, regredindo espontaneamente na maioria das vezes. No pequeno número de casos nos quais a infecção persiste e, especialmente, é causada por um tipo viral oncogênico (com potencial para causar câncer), pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras, que, se não forem identificadas e tratadas, podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.
Quais são os tipos de HPV que podem ocasionar câncer?
Pelo menos 13 tipos de HPV são considerados oncogênicos, apresentando maior risco ou probabilidade de provocar infecções persistentes e estar associados a lesões precursoras. Dentre os HPV de alto risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. Já os HPV 6 e 11, encontrados em 90% dos condilomas genitais e papilomas laríngeos, são considerados não oncogênicos.
Como os HPV são transmitidos?
A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão durante o parto. Não está comprovada a possibilidade de contaminação por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas.
Qual exame detecta o HPV? Como é feito em homens e mulheres?
Teste de HPV em homens – Em homens, o HPV é descoberto por meio de exames urológicos (pênis) ou dermatológicos (pele). A confirmação da infecção pelo HPV pode ser feita por exames laboratoriais de diagnóstico molecular, como os testes de captura híbrida e Reação em Cadeia da Polimerase (PCR).
Teste de HPV em mulheres – A doença é descoberta, na maioria das mulheres, através de um resultado anormal no exame de Papanicolau com esfregaço cervical ou anal. Se a infecção for descoberta na fase de lesões pré-malignas, é possível saber como tratar o HPV e evitar que se torne câncer. É importantíssimo realizar o exame de Papanicolau, pois o câncer de colo de útero é um dos mais fáceis de ser prevenido. Em alguns casos, quando há presença de verrugas que são muito pequenas, podem ser necessários exames como colposcopia e aplicação de ácido acético para que seja possível visualizar as verrugas.
Qual exame detecta HPV na garganta?
De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), 72% dos tipos de câncer afetam a orofaringe, com mais de 400 mil casos e 230 mil mortes por ano. Nesses casos, exames orais de rotina, que podem ser feitos por visualização direta ou através do tato, são essenciais para detecção prévia do câncer desta região. Também pode se inferir o diagnóstico de câncer de garganta relacionado ao HPV quando se faz uma biópsia da lesão e é solicitado a expressão imuno-histoquímica da proteína p16.
É possível detectar HPV no exame de sangue? Onde fazer exame de HPV?
Sim. O exame de sangue é capaz de identificar a presença de vírus nas células e é útil para analisar infecções. O diagnóstico de HPV pode ser feito através de exames laboratoriais como citopatológico, histopatológico e de biologia molecular. As lesões subclínicas podem ser diagnosticadas por meio do uso de instrumentos com lentes de aumento, após a aplicação de reagentes químicos para contraste (colposcopia, peniscopia, anuscopia). Para distinguir a lesão benigna da maligna são realizadas biópsias para análise histopatológica. Postos de coleta de exames preventivos ginecológicos do Sistema Único de Saúde (SUS) estão disponíveis em todos os estados da Federação para o diagnóstico do câncer do colo do útero e são gratuitos.
É importante se prevenir!
Desde 2017, o Ministério da Saúde orienta a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina não substitui o preventivo, pois não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV, logo, mesmo as mulheres vacinadas, após os 25 anos e com vida sexual ativa, devem realizar o exame periodicamente e devem realizá-lo até os 64 anos, pois, após essa idade, o risco de desenvolvimento do câncer cervical é reduzido dada a sua lenta evolução. O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos. Nos casos de lesões precursoras, elas poderão ser tratadas em nível ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia. Consulte sempre o seu médico.
Fontes: Centers for Disease Control and Prevention (CDC), INCA, A.C.Camargo Cancer Center, Vacinas.com.br e Febrasgo