Você tem dor de coluna? Se liga nessa dica!

Comer bem é, sem dúvidas, um dos grandes prazeres da vida, não é mesmo? Mas quando a alimentação é excessiva, ou feita de forma equivocada, abre as portas para um dos mais graves problemas de saúde do mundo contemporâneo: a obesidade. De acordo com a OMS, por exemplo, 2,3 bilhões de pessoas estão vivendo com obesidade ou sobrepeso, sendo que dietas ruins são responsáveis pela morte de um adulto em cada cinco no mundo. No Brasil, a obesidade aumentou 67,8% nos últimos quatorze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018, conforme levantamento da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Mas engana-se quem pensa que a preocupação com a obesidade se dá somente pelo predomínio de problemas como o diabetes e a hipertensão arterial. Uma pesquisa feita com 5.652 pacientes americanos, que testaram positivo para o novo coronavírus, revelou que os pacientes obesos tinham até quatro vezes mais chances de morrer pela doença, especialmente homens e menores de 60 anos com Índice de Massa Corporal (IMC) elevado, segundo informou o G1. Desde o início da pandemia, outras pesquisas feitas pelo mundo vêm demonstrando que a seriedade da infecção pelo coronavírus aumenta à medida que o IMC cresce. Os perigos da obesidade, porém, não se restringem a essas doenças. Ela acaba interferindo em muitas outras patologias, ainda que de forma indireta. É o caso, por exemplo, das dores de coluna, uma vez que o tratamento do problema costuma ser bem mais difícil no paciente obeso, como explica o médico neurologista e neurocirurgião Dr. Paulo Romano. “A cada dia mais vem se demonstrando que a obesidade está relacionada não só ao aparecimento direto de doenças como diabetes ou dislipidemias, mas também à piora de inúmeras outras patologias, ou mesmo gerando risco de morte, como no caso da Covid-19. No que diz respeito à coluna, não existe nenhum trabalho com respaldo científico apontando a relação entre a obesidade e a doença da coluna. Mas vem se demonstrando que toda patologia da coluna, principalmente as que envolvem dor, são muito piores na presença da obesidade”, alerta Dr. Paulo. “Isso não quer dizer que a obesidade provoque dor de coluna. Não existe esse trabalho no campo científico. Mas, estatisticamente, a pessoa que por ventura venha a ter uma dor ou uma crise de coluna, é muito mais difícil de tratá-la se ela for obesa. Em todos os sentidos: tanto na fisioterapia, quanto na medicação ou mesmo na cirurgia”, acrescenta o médico. Ele explica como esse processo ocorre. “A coluna é uma estrutura óssea. Quem segura essa estrutura são os ligamentos – e quem mantém esses ligamentos em funcionamento é a musculatura. Então, a musculatura, junto com os ligamentos, funciona como se ambos fossem, além da coluna central, duas colunas laterais, que ajudam a segurar a coluna do meio. Então, se você tem uma boa musculatura, automaticamente tem menos problema. Com o paciente obeso geralmente ocorre o oposto. Se ele é obeso, é porque ele não tem um bom condicionamento físico. Se ele não tem um bom condicionamento físico, ele se cansa fácil com o exercício ou nem chega a fazê-lo. Isso leva a uma fragilidade dessas ‘duas colunas’, que automaticamente faz a coluna de osso propriamente dita, a coluna vertebral, sofrer muito mais. Então, realmente, a obesidade é amiga da dor, nesse caso específico da dor de coluna”, relatou. Levando em consideração o mundo de hoje, que vem se tornando cada vez mais longevo, a preocupação com a obesidade deve começar cedo, conforme alerta Dr. Paulo. “É importante, nesse contexto, nós termos uma visão a médio e longo prazo, evitando nos concentrarmos apenas no momento. Se a busca do ser humano é pela longevidade, como eu vou querer que alguma coisa dure mais se eu estou condenando-a a funcionar muito pior? O importante, então, é nós cuidarmos muito bem do nosso corpo e da nossa saúde. Até porque a nossa musculatura só se desenvolve até certa idade. Não adianta eu ser obeso até os 40 anos e, depois, querer malhar para desenvolver musculatura. Eu vou é causar lesões. O que importa, nesse sentido, é se prevenir, para garantir uma melhor qualidade de vida e alcançar a tão sonhada longevidade, com saúde e bem-estar”.   O médico neurocirurgião Dr. Paulo Romano
O médico neurocirurgião Dr. Paulo Romano