Pais, mães e avós: exercitem-se!

A realização de atividade física é fundamental para a saúde da população idosa. Essa prática proporciona mais disposição, bem-estar, autonomia e a oportunidade de fazer amizades. Além disso, diminui o risco de doenças do coração, osteoporose, diabetes, depressão e certos tipos de câncer. Não há um único exercício físico voltado ao idoso. O importante é encontrar atividades que desenvolvam flexibilidade, equilíbrio e força muscular, mas que sejam de fácil realização, para não causar lesões.
Nossa reportagem ouviu a médica especialista em Geriatria e Gerontologia, Dra. Eliza Miranda Costa Caraline, que fala sobre a importância de o idoso ter uma atividade física e seus benefícios. “A atividade física é de fundamental importância para um envelhecimento saudável. Muitas vezes as pessoas pensam que atividade física é boa para proteção cardíaca, mas não imaginam os benefícios extras. Vários estudos provam, inclusive, que pessoas que fazem atividade física regular têm 50% menos chances de desenvolver demência em 5 anos”, afirma a médica.
Dra. Eliza prossegue explicando quais atividades são mais recomendadas para esta faixa etária. “A maioria das pessoas já sabe da recomendação de atividade aeróbica no envelhecimento, caminhadas, hidroginástica e dança, que melhoram a parte cardiovascular e ainda fazem bem para a saúde mental desses pacientes, pela possibilidade de socialização. Mas existe ainda o mito da musculação. Pacientes idosos podem e devem fazer exercícios físicos resistidos, musculação, que vão favorecer a manutenção e ganho de massa e força muscular, prevenindo sarcopenia e tantas complicações decorrentes dela. Esses exercícios resistidos, feitos apenas duas vezes por semana, podem aumentar em até 200% a força de grandes grupos musculares, diminuindo o risco para demência e quedas em menos de 1 ano. Vão favorecer a parte cardiovascular e ainda equilíbrio, força, cognição e, consequentemente, aumentando a independência desses pacientes idosos e melhorando a qualidade de vida”.
A especialista termina enfatizando a importância de o médico saber e orientar o idoso e seus familiares sobre esta atividade. “Cada paciente deve ser avaliado de forma individualizada e, idealmente, supervisionado nessas atividades físicas. Mesmo os idosos frágeis e com múltiplas doenças podem fazer atividades, dentro de suas limitações, avaliados individualmente. O médico saberá orientar pacientes e familiares, mas para tal existem profissionais capacitados. Geriatra não trabalha sozinho e educadores físicos e fisioterapeutas são de fundamental importância no cuidado do paciente idoso, que necessita de um olhar multiprofissional”.