Confira as melhores dicas para alimentar o seu bichinho

O brasileiro não vive sem um bichinho de estimação. Tanto que cerca de 139,3 milhões de animais vivem em ambientes domésticos no país, fazendo do Brasil o segundo principal mercado pet do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos, que historicamente lidera o setor. Mas, apesar de muitos cães e gatos serem tratados como filhos em muitos lares brasileiros, boa parte dos cuidadores ainda desconhece cuidados importantes na hora de alimentar o bichinho, mantendo hábitos que podem prejudicar, em muito, a qualidade de vida do animal.
A médica veterinária Dra. Lina Goulart, da Procamp, falou ao Mania de Saúde sobre o assunto. Segundo ela, a alimentação de cada bichinho exige cuidados especiais, que vão desde a escolha adequada do produto até a forma de administrá-lo. “Existem duas situações a serem consideradas ao escolher a ração do cachorro. A primeira é quando ele é filhotinho. O animal é considerado filhote até 1 ano de idade e é necessário dar a alimentação específica para ele, pois há ração para cada porte de animal, como miniatura, pequeno, médio, grande e gigante. Qual a diferença disso? O cão miniatura demora mais a amadurecer. Já o grande e o gigante crescem muito dentro de um ano. Então, a necessidade orgânica deles é muito maior. Existe cachorro que chega aqui para vacinar, com dois ou três meses de idade, tendo 4 kg, mas, no mês seguinte, já está com 10 ou 12 kg, por exemplo. A necessidade dele, portanto, é muito maior – e a ração tem que suprir essa necessidade”, afirma Dra. Lina. “A outra situação é que os animais são classificados de acordo com a idade, como filhote, adulto, sênior e geriátrico. É importante, então, que o dono esteja atento a isso, para oferecer a ração adequada a cada um deles”.
Além da escolha correta da ração, o cuidador precisa saber a hora certa de mudá-la, de acordo com as fases de crescimento do bichinho. “O mais importante é, quando for mudar a ração do animal, não fazer isso de repente. Há todo um processo a ser realizado, pois a descontinuidade repentina pode ocasionar vômitos, diarreia, o animal se recusa a comer, pode enfraquecer e até se desidratar. Se você for viajar, por exemplo, a dica é levar a ração de casa. Ou, se comprar um cãozinho, já levar a ração que ele está comendo no momento. Às vezes você quer mudar até para um produto melhor, mas o animal acaba estranhando. Essa mudança, portanto, tem que ser paulatina. A dica é introduzir 1/3 da ração nova e deixar 2/3 da ração antiga. Depois, colocar meio a meio e, após mais um tempo, deixar 1/3 da ração antiga e 2/3 da nova, até ele mudar de ração sem ter nenhum problema”, comenta Dra. Lina.
Ela ressalta a necessidade dessa precaução. “Tem gente que deixa o cachorro com ração de filhote a vida inteira, dizendo que ele não aceita um produto novo, mas tem que haver um trabalho para mudar a ração e, assim, suprir as necessidades do animal. Sem dizer que existe a forma correta de administrar. Por exemplo: você não deve colocar a vasilha de ração perto de onde o cachorro faz as fezes. É necessário ter uma distância mínima de onde ele vai comer, beber e dormir. Já quando você for sentar à mesa para se alimentar com a família, é recomendado colocar a ração do cachorro no lugar onde ele vai comer, para evitar que ele fique ao redor da mesa pedindo alimento ou esperando restos de comida. Isso cria um mau hábito que, depois, vai ser difícil tirar. Essa alimentação equivocada pode levar até o animal a adoecer ou ficar diabético”, conta a veterinária, lembrando que os horários devem ser estipulados. “Quando colocar a ração, é preciso observar o comportamento do animal. Se comeu, comeu. Se não comeu, tira. Água deve estar sempre disponível, mas ração tem que haver horário, para criar rotina e evitar problemas futuros, como a própria obesidade”.
Já os gatos, segundo Dra. Lina, necessitam de uma atenção ainda maior. “O gato é mais exigente, tanto na quantidade de potes de água, quanto no comedouro, que deve ser mais alto e raso, para o animal não encostar os bigodes nas bordas do objeto. Os bigodes dos felinos são táteis. Por isso, se ficar encostando no comedouro, ele recua ou deixa restos de ração por ali. Lembrando que o gato também tem necessidades especiais. Com essa moda de fazer comida caseira, por exemplo, se o gato tiver alguma deficiência, pode ficar todo flácido ou com o pescoço caído. Já vi até gato comendo ração de cachorro. Mas ela não tem tudo o que o felino necessita. O importante é buscar orientação para oferecer a alimentação correta ao animalzinho e, assim, beneficiar a sua saúde, sem comprometer o seu desenvolvimento”.