Seu filho está obeso?

No dia 03 do último mês foi celebrado o Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil. A data tem como objetivo alertar toda a sociedade sobre a importância das atividades físicas e de uma alimentação saudável entre as crianças. A iniciativa conta com o apoio do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Cerca de 13% das crianças brasileiras de cinco a nove anos sofrem de obesidade, segundo dados do Ministério da Saúde. Além disso, de acordo com um estudo publicado em 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), há 124 milhões de crianças e adolescentes obesos em todo o mundo.

Durante o confinamento, os cuidados com a alimentação devem ser redobrados

De acordo com a presidente do Departamento Científico de Nutrologia da SBP, Dra. Virgínia Weffort, é muito importante que o pediatra e toda a sociedade participem ativamente na prevenção da obesidade. “É necessário estimular o aleitamento materno exclusivo até os seis meses. Após essa idade, junto com o aleitamento materno, deve-se ter uma alimentação complementar saudável, com todos os nutrientes. Além disso, é necessário evitar os alimentos ultraprocessados, com excesso de gordura, açúcar, e sódio, por exemplo”, salienta.
A obesidade de causa nutricional ou exógena é a mais frequente e está diretamente associada à alimentação inadequada, sedentarismo e problemas emocionais. Existem alguns períodos críticos durante a vida nos quais é possível ocorrer o aumento do número de células adiposas (hiperplasia): último trimestre da gravidez; primeiro ano de vida; adolescência. Além disso, existem ainda alguns fatores que têm relação com o início da obesidade, tais como os genéticos, fisiológicos, metabólicos, ambientais e comportamentais, sendo que os dois últimos podem diminuir ou aumentar a ocorrência dos anteriores. Por isso, a nutróloga também reforça a importância de sempre abordar o tema nas consultas pediátricas com as crianças e seus familiares, pois os pais e/ou responsáveis fazem parte de um pilar primordial na prevenção da obesidade. “A família é o modelo na infância e adolescência, logo, se os pais e/ou responsáveis se alimentam de modo adequado e se exercitam, as crianças e os adolescentes seguirão o exemplo. Contudo, da mesma forma, se a família possuir hábitos ruins, eles passarão para a criança também. Desse modo, o pediatra deve falar sobre essa questão desde o pré-natal porque tem que orientar a mãe sobre os alimentos que está ingerindo”, explica.
Confinamento – Outra questão abordada pela pediatra é a importância de se manter uma alimentação equilibrada e saudável, além da prática de atividades físicas, durante o confinamento provocado pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19). “Atualmente é necessária uma atenção especial para a alimentação. As crianças estão ficando em casa e acabam comendo o dia todo, então, é importante que as refeições tenham ainda um horário estipulado e sejam mantidas as atividades físicas. Essas atividades podem ser brincar, pular corda, dançar ou ajudar em algumas tarefas domésticas, por exemplo, para que as crianças possam gastar energia. É importante que elas não fiquem o dia inteiro vendo televisão ou mexendo em smartphones e tablets”, enfatiza Dra. Virgínia.