Vivemos uma mudança de estilo de vida, em todos os aspectos, devido à Pandemia do COVID-19. Pois é, que momento… Estamos saturados de informação e desinformação, mas no fundo, só queremos que isso tudo acabe. Nossas vidas foram viradas e reviradas, uma distância infinita foi imposta, e parece que isso não acabará. Não foram apenas as medidas de isolamento social que foram impostas, o trato entre a equipe de saúde e seus pacientes também foi afetado.
Após o primeiro impacto, com as medidas de isolamento social, vieram também a suspensão de procedimentos e consultas eletivas, ou seja, não podíamos mais atender e ser atendidos por problemas que não fossem urgentes.
Sabemos que a saúde não pode esperar. Mas como proceder frente a tamanha invectividade? As consultas e procedimentos eletivos vão ser retomados aos poucos e de acordo com os níveis de necessidade. As consultas não poderão contar mais com aquele abraço, um afago, e o exame físico deverá ser mais criterioso. As medidas de higiene pessoal, o distanciamento entre nós será necessário. Sim, será difícil, porém sem perder a ternura. Os procedimentos cirúrgicos deverão ser retomados paulatinamente, pois a anestesia geral gera a necessidade de manipulação das vias aéreas. Inicialmente, apenas os procedimentos inadiáveis devem ser realizados. Cirurgias de urgência, cirurgias cardíacas e oncológicas são a preferência. Em breve, outros procedimentos serão liberados, mas dependerão da ponderação entre o médico e o paciente para escolher o melhor momento a realizar a cirurgia.
Pois é, novos tempos, mas tanto isolamento tem seu lado bom. Certamente, haverá um declínio nas infecções hospitalares, devido ao emprego de maiores medidas sanitárias. Certamente, esse será um grande legado.
Sinceramente, esperamos que tudo acabe logo, e que todos fiquem bem.

Dr. Haroldo Igreja
É médico cirurgião oncológico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica